O mercado de eSports vem se provando cada vez mais atrativo a potenciais investidores. E quais especificidades acabam por atrair o interessa das marcas ao cenário?
Para Bernardo Assad, responsável pela Liga NFA, a maior competição focada em emuladores de Free Fire da América Latina, o setor é um dos mais atrativos do mercado, já que possui diversos meios de ativações para potenciais patrocinadores, desde campanhas digitais a estratégias voltadas ao público presencial.
“As marcas podem se envolver com os eSports de diversas maneiras, desde patrocínios a eventos e equipes, até a criação de conteúdo exclusivo para o público. Além disso, as plataformas de streaming de jogos, como Twitch e YouTube, têm oferecido novas formas para as marcas se envolverem com a audiência da modalidade”, explicou em entrevista exclusiva ao MKTEsportivo.
O diretor da NFA também destacou a força dos games ao redor do mundo, principalmente os voltados aos eSports, que costumam ser gratuitos e exigir equipamentos mais democráticos, como celulares ou computadores de entrada, como é o caso do Free Fire.
“Os eventos de Free Fire oferecem uma grande oportunidade para marcas alcançarem uma audiência ampla e altamente engajada. Com sua base de jogadores e fãs em todo o mundo, um campeonato de Free Fire pode gerar uma grande exposição de marcas. Além disso, por ser um jogo gratuito e popular em muitos mercados emergentes, como a América Latina, Sudeste Asiático e Índia, as marcas têm a oportunidade de se envolver com mercados em crescimento e construir relacionamentos duradouros com jogadores”, destacou.
Outro ponto levantado foi a da faixa etária dos fãs que costumam acompanhar eSports, em especial o Free Fire. Segundo Assad, é composta por jovens de até 24 anos, algo que pode tornar a experiência comercial mais interessante a longo prazo.
Isso significa que as marcas têm uma grande oportunidade para se conectar com uma audiência jovem, engajada e cada vez mais conectada. […] Com base nisso, é importante que os campeonatos de Free Fire busquem alcançar esse público por meio de canais e plataformas que eles utilizam regularmente, como as mídias sociais e plataformas de streaming.
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A presença de influenciadores é algo característico do universo de Free Fire, com alguns deles até investindo em suas próprias equipes do game, como o caso do Bruno “Playhard”, fundador da LOUD, que conta com mais de 7 milhões de seguidores no Instagram, ou de Bruno “Nobru”, que tem mais de 14 milhões e é um dos sócios do Fluxo, outra organização de eSports. Isso é algo que pode ser um atrativo para possíveis patrocinadores.
“A NFA também oferece uma série de ativações de marca e oportunidades de marketing que ajudam as marcas a se destacar e se conectar com a comunidade de jogadores. Desde ativações presenciais em eventos até a criação de conteúdo exclusivo com jogadores e influenciadores, as possibilidades são muitas e sempre personalizadas de acordo com as necessidades de cada patrocinador”, disse.
A Liga NFA
A Liga NFA acontece duas vezes ao ano e reúne as melhores equipes do cenário de Free Fire de emulador — nome dado aos jogadores que utilizam o computador para o jogo, inicialmente desenvolvido para dispositivos mobile.
Por não ser um campeonato oficial, não conta com o apoio da Garena, desenvolvedora do game. No entanto, a comunidade do mesmo acompanha a competição e apoia os jogadores e equipes envolvidas, com algumas estrelas chegando a mais de 10 milhões de seguidores nas redes sociais.
Para Bernardo, o momento que o esporte eletrônico está passando no Brasil é o início de uma longa caminhada, sendo uma etapa importante para marcas que buscam ser reconhecidas como líderes do segmento de eSports.
“O investimento em eSports e na NFA em particular, oferece a oportunidade de se associar a uma indústria em rápido crescimento, que atrai cada vez mais atenção de investidores e consumidores em todo o mundo. As marcas que investem agora estão na vanguarda do mercado, estabelecendo sua presença e posicionando-se como líderes no segmento na modalidade”, argumentou.
Sobre possíveis investimentos em outros jogos, o responsável pela Liga NFA não descartou a possibilidade, no entanto, deixou claro que caso aconteça, será feito com uma abordagem diferente, conversando com o público-alvo do segmento escolhido.
“O Grupo BMS, detentor da NFA, tem planos de expandir seus negócios nos próximos anos, mas acreditamos que cada jogo deve ter sua própria identidade e estruturação. Dessa forma, caso decidamos expandir para outros jogos, criaremos novas marcas e identidades exclusivas para cada modalidade. Essa abordagem nos permite oferecer experiências mais personalizadas e relevantes para cada comunidade de jogadores, além de facilitar a gestão e operação dos eventos”, finalizou.