A Liga Forte Futebol (LFF) emitiu um comunicado à imprensa onde abre a possibilidade de um debate a respeito da Liga Brasileira.
O movimento da LFF chega após a Libra divulgar o seu modelo de distribuição de receitas, que também preza pela igualdade entre os clubes participantes, e acenar com uma possibilidade de união.
No entanto, com o comunicado de hoje, a LFF rejeita os termos propostos pela Libra para a remuneração dos clubes que irão disputar a Série A do Brasileirão a partir de 2025, quando chega ao fim o atual acordo de direitos de transmissão do campeonato.
Segundo os termos propostos pela LFF, a diferença entre o time mais bem pago e o dono de menor remuneração seja de no máximo 3,5 vezes. A ideia é que este modelo já seja seguido em 2025, “independentemente do volume de receitas total gerado, ou de qualquer regra de transição – cláusula pétrea para a LFF”.
O comunicado divulgado pela LFF, destacado abaixo, é assinado por ABC, Athletico, Atlético-MG, América-MG, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Coritiba, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário-PR, Sport, Vila Nova e Tombense.
Abaixo, o posicionamento oficial da LFF:
A Liga Forte Futebol (LFF) acredita que o modelo de distribuição de receitas da Liga Brasileira deve ser aquele que torne o futebol brasileiro mais forte e competitivo como um todo. E, para isso, considera fundamental que haja um debate aberto sobre o tema.
Pelas notícias veiculadas nesta terça-feira (28/2) sobre mudanças aprovadas em reunião da Libra acerca do modelo de distribuição das receitas de uma futura liga unificada, a LFF acredita que as mesmas estão na direção certa e aguarda um contato da Libra compartilhando a proposta oficial aprovada para que possa haver a retomada do diálogo entre os dois grupos. A LFF permanece aberta ao diálogo construtivo, como sempre esteve, visando à criação de uma liga unificada no Brasil.
No sentido da manutenção da transparência, a LFF vem a público resumir os pontos críticos que ainda parecem afastar uma convergência para um modelo único de acordo entre LFF e Libra.
Desde o princípio das discussões, a LFF apontou as seguintes premissas básicas para a criação de uma liga de 40 clubes:
- Um limite máximo de 3.5x de diferença entre o clube de maior e o de menor receita, independentemente do volume de receitas total gerado, ou de qualquer regra de transição – cláusula pétrea para a LFF;
- A garantia de repasse de 20% da receita total para as Série B e C, independentemente de como os direitos sejam negociados, seja de forma separada entre A e B ou de forma conjunta – cláusula pétrea para a LFF;
- A garantia mínima do PPV, presente nos contratos de alguns clubes até 2024, que causa as maiores distorções de receitas no futebol brasileiro, não pode ser mantida como referência para qualquer garantia de receita a partir de 2025;
- A governança precisa respeitar um quórum de votação para mudanças importantes de 2/3, e não por unanimidade ou por uma maioria que na prática dê poder de veto a um grupo muito reduzido de clubes (ex.: 85%);
Todos esses pontos, já aprovados oficialmente pela LFF e que fazem parte do acordo com o grupo de investidores liderados pela Serengeti e pela Life Capital Partners, são de conhecimento da Libra desde o início das negociações entre os dois grupos, em agosto de 2022. Caso tenham sido ou venham a ser aprovados em futuro próximo, nos levarão rapidamente a um acordo para a criação de uma liga unificada no Brasil, objetivo final de todos os clubes brasileiros (da LFF).
E, por fim, a LFF gostaria de reafirmar a segurança do seu assessor financeiro, a XP, no grupo de investidores liderados pela Serengeti e pela Life Capital Partners a partir do compromisso formal com investimentos de 4,85 bilhões para a liga de 40 clubes, e também um investimento de 2,325 bilhões para o cenário apenas com os clubes da LFF.