Embarcando em um movimento crescente dentro da indústria têxtil, PUMA e Nike anunciaram que deixarão de utilizar couro de canguru em seus produtos.
A gigante americana destacou que deixará 100% até o final de 2023. Um de seus modelos de chuteira mais icônico, a Tiempo, cuja marca registrada era o uso do couro do animal, “estreará com uma nova parte superior sintética exclusiva”, sendo “uma solução de melhor desempenho”. A linha Premier também terá mudanças.
Segundo especialistas, o couro de canguru sempre foi utilizado por ser leve, durável e ter mais elasticidade do que o couro tradicional, permitindo melhor ajuste e conforto nos produtos.
Um projeto de lei de janeiro em Oregon, onde a Nike está sediada, passou a proibir a venda de “qualquer parte de um canguru morto ou qualquer produto que contenha uma parte de um canguru morto”. A punição incluiria até um ano de prisão, multa de US$ 6.250 ou mesmo ambos.
Já na PUMA, o movimento impactará, principalmente, o histórico modelo KING, o mesmo utilizado por Pelé, Johan Cruyff, Diego Maradona, Eusébio e Lothar Matthäus. O novo calçado que acaba de chegar ao mercado possui a tecnologia proprietária K-BETTER, um material completamente novo e não baseado em animais. A parte superior traz pelo menos 20% de material reciclado.
“A PUMA KING é a franquia mais icônica da PUMA no futebol e sempre se destacou por usar os melhores materiais e o que há de mais moderno em inovação. Ao longo dos anos, vimos a chuteira evoluir e se enraizar na cultura futebolística dentro e fora do campo, desde os gramados até as arquibancadas. A nova KING leva a franquia para o próximo nível e oferece uma parte superior supermacia com ótima resistência elástica para obter os melhores benefícios no toque e no controle”, disse Peter Stappen, gerente principal da linha de produtos Teamsport Footwear.
Em 2021, a indústria comercial global de produtos oriundos de canguru valia cerca de US$ 200 milhões anuais para a Austrália. Os Estados Unidos eram o segundo maior mercado global, com US$ 80 milhões. O mercado da moda iniciou o movimento, com grifes como Versace, Prada, Chanel, H&M, entre outras, deixando de utilizar o couro do animal.
