A Câmara dos deputados instaurou nesta quarta-feira (17), a CPI da Manipulação de Resultados para investigar as denúncias feitas pela Operação Penalidade Máxima sobre o esquema de apostas no futebol brasileiro.
A ideia partiu do deputado Felipe Carreras (PSB-PE), responsável pelo requerimento, protocolado em março, dias depois de o Ministério Público de Goiás (MP-GO) deflagrar a primeira fase da operação.
“As apostas esportivas atualmente vão além de tentar adivinhar o resultado de uma partida. Elas permitem apostar, por exemplo, qual time de futebol terá mais escanteios em um jogo ou até qual equipe receberá um número específico de cartões amarelos ou vermelhos, e aí que as quadrilhas agem. A falta de regulamentação do setor ainda deixa lacunas que permitem que criminosos, agindo de má-fé, maculem o resultado esportivo”, disse Felipe Carreras no requerimento da CPI.
A CPI terá duração de 120 dias, podendo haver prorrogação por mais 60 dias, descontado o período de recesso legislativo. Em um primeiro momento, terá um encontro na próxima semana para votar alguns requerimentos e votar o plano de trabalho. Após isso, os encontros deverão ser semanais, como acontece tradicionalmente, mas podem mudar de acordo com as oitivas, convites e convocações para depoimentos.
A agenda ainda será definida pelo presidente da CPI, que será o deputado Julio Arcoverde (PP-PI). Os deputados André Figueiredo (PDT-CE), Daniel Agrobom (PL-GO) e Ricardo Silva (PSD-SP) serão primeiro, segundo e terceiro vice-presidentes.
Diante da grandiosidade do problema e de incidentes em vários estados do país, o ministro da Justiça Flávio Dino solicitou que a Polícia Federal abra uma investigação sobre o tema. A CPI e a investigação da PF serão tocadas em duas frentes.