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Libra amplia garantia mínima para além de Flamengo e Corinthians

A garantia mínima, ou cláusula de estabilidade, era um dos pontos de discordância interno e com a Liga Forte Futebol

Libra amplia garantia mínima para além de Flamengo e Corinthians
Assembleia Geral da Libra

27 de maio de 2023

3 minutos de Leitura

Em Assembleia Geral realizada na sexta-feira (26), os clubes que fazem parte da Liga do Futebol Brasileiro (Libra) aprovaram por unanimidade uma alteração no estatuto que amplia a garantia mínima de receitas para todos os 20 times da Série A do Brasileirão.

A cláusula de transição foi criada para beneficiar especialmente Corinthians e Flamengo, os dois clubes que mais faturam com TV no Brasil. Ela busca evitar que ambos tenham uma queda brusca em suas receitas, no caso da adoção de um modelo mais igualitário de distribuição dos direitos de transmissão.

Os 18 clubes membros da Libra são: Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo, Vasco e Vitória.

A garantia mínima, ou cláusula de estabilidade, era um dos pontos de discordância internamente e também com a Liga Forte Futebol (LFF). Com a mudança, o estatuto agora prevê que, caso as receitas totais arrecadadas para a edição de 2025 da nova liga brasileira fiquem menores ou iguais à da edição deste ano, a divisão dos valores seguirá nas mesmas condições proporcionais.

Em abril deste ano, a LFF fechou parceria com a gestora brasileira Life Capital Partners e a norte-americana Serengeti Asset Management. O acordo pode chegar a US$ 950 milhões caso haja a adesão dos 40 clubes das Séries A e B do Brasileirão para a formação da liga brasileira de futebol. Em troca, Life Capital e Serengeti ficariam com 20% dos direitos comerciais da competição por um período de 50 anos.

A LFF é formada por 26 times, dos quais nove são da primeira divisão, 12 da Série B e cinco da C: ABC, Athletico-PR, Atlético-MG, América-MG, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Coritiba, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário-PR, Sport, Vila Nova e Tombense.

Mais detalhes sobre a Assembleia Geral

Estiveram presentes na Assembleia Geral os presidentes e representantes dos 18 clubes filiados à Libra, consultores do BTG Pactual e Codajás Sports Kapital, e do Mubadala Capital, fundo que oferece R$ 4.75 bilhões para comprar 20% dos direitos comerciais da liga. O investidor pagará R$ 3 milhões a cada equipe no ato de assinatura do acordo.

Para os membros da Libra, espera-se que o faturamento tenha um aumento natural com a formação da liga e a cláusula de estabilidade dificilmente será acionada. A arrecadação total do Brasileirão 2023 é estimada em aproximadamente R$ 2 bilhões e a regra estará em vigor durante o período de transição (cinco anos).

O estatuto da Libra prevê a divisão das receitas durante e após o período de transição. Este intervalo de tempo pode durar até cinco anos ou quando a arrecadação total da nova liga superar R$ 4 bilhões.

Por fim, a Libra acredita que a maior diferença financeira entre o campeão e o último colocado do torneio alcance total de 3.3 vezes.

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