Coluna

Racismo no futebol na sociedade: BASTA!

O assunto é para já e demanda soluções imediatas, punições severas e ações efetivas

Racismo <strike>no futebol</strike> na sociedade: BASTA!

24 de maio de 2023

3 minutos de Leitura

Fellipe Drommond
Fellipe Drommond
Sócio Diretor do Grupo TFW, CEO do Magnus Futsal e CMO da More Skills

As lamentáveis manifestações racistas contra o brasileiro Vinicius Jr. ocorridas no último final de semana, na cidade de Valência, trouxeram novamente aos holofotes diversas discussões sobre o racismo sistêmico que acontece no futebol mundial. Porém, seguimos assistindo diversos posicionamentos institucionais e muito pouca ação efetiva.

Até o momento, com a grande repercussão global que o tema Vini Jr ganhou nas últimas horas, a polícia da Espanha prendeu sete pessoas, sendo três em Valência decorrente das agressões do último domingo e outras quatro em Madrid em razão de ofensas racistas ao jogador em janeiro.

Longe de mim ser um pessimista e olhar sempre o copo meio vazio, mas fica evidente que a polícia espanhola somente prendeu os envolvidos nos manifestos racistas do início do ano porque houve uma manifestação mundial após os crimes do último domingo. Mas será que as vítimas do racismo da nossa sociedade estão dispostas a esperar? Não há mais tempo. Alías, passamos da hora. O assunto é para já e demanda soluções imediatas, punições severas e ações efetivas para coibir de uma vez por todas qualquer discriminação no futebol, em outras modalidades e na sociedade em geral.

O problema não é somente na Espanha. Aqui no Brasil, bem aos nossos olhos, homens negros morrem 4x mais assassinados do que homens não negros. Temos somente um décimo das cadeiras do legislativo compostas por pessoas negras e menos de 5% dos cargos de liderança preenchidos por negros, mesmo com 56% da população declarando-se preta ou parda. Rotineiramente vemos argentinos discriminando brasileiros, brasileiros das regiões centrais desdenhando de brasileiros das regiões periféricas, europeus humilhando negros e americanos desprezando orientais, o mundo está doente, de fato.

Desejo que o Vini Jr. tenha força para “ser o remédio” que o mundo está precisando. Que a sua coragem de encarar os criminosos pressione as entidades internacionais para agirem muito além de hashtags ou publicação de notas institucionais. É necessário retirar pontos das equipes nas competições, banir e prender torcedores criminosos, excluir os países de competições internacionais e fazer valer o rigor da lei para que o crime seja intimidado perante a punição. Em paralelo, sim, possamos trabalhar educacionalmente as próximas gerações para um futuro sem qualquer injúria racial.

Na sociedade, não basta não ser racista, é preciso ser antirracista para combater essa endemia que assombra o planeta sem respaldo para ser combatida. Parabéns pela coragem Vini Jr., e acredite: existem muito mais pessoas boas do que ruins no mundo e essas estão ao seu lado para lutar contra qualquer tipo de discriminação. #ForçaViniJr

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