O PIX é o meio de pagamento mais aceito pelos sites de apostas online no mercado brasileiro. O dado foi apurado pelo Estudo Gmattos de Pagamentos, que, em sua edição de maio de 2023, fez uma análise específica desse segmento de negócio, além de confirmar a ascensão do PIX na aceitação entre os principais lojistas do comércio eletrônico no Brasil.
O segmento de apostas online movimentou mais de US$ 2.7 bilhões no primeiro trimestre de 2023 no país, de acordo com o Banco Central. Trata-se de uma quantia mais de oito vezes maior que a verificada no mesmo período de 2022. A estimativa é que esse volume chegue a US$ 11 bilhões até o final do ano.
O Estudo Gmattos de Pagamentos analisou as formas de pagamento aceitas por 10 das principais casas de aposta em operação no Brasil e concluiu que o PIX é a modalidade preferida por essas empresas, com 100% de aceitação entre as casas avaliadas.
Em segundo lugar na predileção desse mercado estão as wallets, no caso tipos pouco conhecidos por aqui, com viés de operação para intermediação de transações de games e apostas, operando no modelo de carga de valores (“store value wallet”), o qual serve tanto para efetuar um depósito como aposta quanto eventualmente no recebimento de algum prêmio ganho. Essas wallets, a maior parte delas não locais, operam também via PIX, além de transferência e cartões em alguns casos.
A preferência pelo PIX entre os sites de apostas se justifica pelas próprias características de seu modelo de negócio.
“Como regra geral, essas casas precisam confirmar a liquidez imediata do depósito feio pelo cliente, uma vez que é possível apostar em eventos que se iniciem instantes após a carga de pagamento. Dessa maneira, o PIX se torna ideal nesse contexto por apresentar alta conversão, alta penetração no público-alvo e se tratar de uma transferência à vista, servindo tanto para o depósito de valores para apostar como para o recebimento de eventuais prêmios ganhos”, disse Gastão Mattos, cofundador e diretor geral da Gmattos Consultoria.
Em relação às demais modalidades aceitas no segmento, todas apresentam algum tipo de dificuldade. Nos casos de wallets ou cartões de crédito, por exemplo, a baixa conversão e o alto risco de fraude prejudicam tanto quem compra quanto quem vende.
O problema da baixa efetividade nas transações ocorre devido ao câmbio para outra moeda ou, considerando wallets com operação no Brasil, às regras de operação de bancos e bandeiras.
Por sua vez, os boletos perdem impulso com a demora de mais de 48 horas para a confirmação do pagamento, e as transferências bancárias possuem baixa conversão por conta da necessidade de autenticação no ambiente do banco do comprador.