Coluna

A importância do logger para o mundo esportivo

Suas atividades são fundamentais para eventos que exigem transmissão ao vivo, e que exploram dados e estatísticas consumidos por diferentes veículos

A importância do logger para o mundo esportivo
Imagem: Felipe Campoy

11 de setembro de 2023

5 minutos de Leitura

Adalberto Generoso
Adalberto Generoso
CoFundador e CEO da Yapoli, empreendedor serial com mais de 10 anos de experiência em tecnologia, marketing e digital e vencedor de 3 Cannes Lions.

Você já se perguntou como tantas informações aparecem em tempo real naquela corrida de Fórmula 1 ou em uma partida da NBA?

Notamos que com a evolução da internet e dos meios de comunicação, estamos evoluindo a passos largos na forma como consumimos entretenimento. Além de lidar com os próprios eventos, estamos absorvendo uma avalanche de informações estatísticas que complementam a nossa experiência como espectadores e até mesmo como torcedores. São lances, jogadas, recordes, cartões, distância entre “n” outras métricas que acontecem tão rápido que os nossos olhos, por mais atentos que estejamos, não conseguem acompanhar.

Dá muito trabalho nos trazer tudo isso. Os profissionais que passam despercebidos e que são responsáveis por capturar e tratar todas essas estatísticas durante um evento esportivo, são chamados de logger. Na maioria das vezes, é necessária a utilização de vários para a cobertura de uma transmissão, a fim do espectador não perder absolutamente nada que ocorra.

Suas atividades são importantíssimas para eventos que exigem transmissão ao vivo e que exploram dados e estatísticas consumidos por diferentes veículos de transmissão, desde streaming até radiodifusão, como, por exemplo, a TV aberta.

Essas atividades envolvem a descrição, por meio de um software específico para cadastro de ações e eventos, de tudo que acontece durante a transmissão de um evento esportivo, bem como do provisionamento de dados em tempo real, ao mesmo tempo que constrói o arquivo da empresa que detém os direitos.

Mas não para por aí. Para se ter uma ideia de suas responsabilidades, além de credenciar-se frente aos organizadores e conseguir as pessoas adequadas para compor a equipe na ocasião, incluindo também credenciá-las e treiná-las, um logger necessita obter um local adequado, onde ocorrerá o evento, para realizar a tarefa, precisando montar a infraestrutura dos equipamentos utilizados na atividade, que devem estar completamente dimensionados às necessidades do espetáculo, seja ele uma partida de futebol, uma corrida de Fórmula 1 ou uma Olimpíada, por exemplo.

O logger precisa estar atento às questões técnicas, envolvendo o equipamento certo e, na maioria das vezes, específico para a ocasião: rápido em processamento e adequado à carga de inputs que receberá dos outros loggers auxiliares, com placa gráfica, nas quantidades necessárias e com redundância adequada. Em se tratando de internet, há vezes em que se utilizam até 8 links de redundância de internet a fim de não perder um segundo sequer durante a transmissão.

Conversei com Guilherme FagundesIndependent Broadcast Media Professional, sobre a profissão.

Diz ele que, como coordenador de logging (ou de Loggers), pode realizar desde a etapa de aquisição dos equipamentos e escolha do software, passando pela montagem da sala, treinamento, avaliação e seleção da equipe que o acompanha, cronograma de atividades, supervisão, gerenciamento do conteúdo e quality check. Particularmente, em suas palavras, a montagem da equipe é muito importante. É necessário também muito profissionalismo, uma vez que é uma atividade que requer imersão intensa.

Lidar com essa pressão da realização ao vivo e catalogar com precisão as informações que serão arquivadas, em sua opinião, talvez sejam o maior desafio para um logger, além da necessidade de estar aberto a conviver com diferentes culturas, principalmente quando atua no exterior, além é claro, de criar um bom ambiente de trabalho durante todo o processo.

A Inteligência Artificial entra em campo Como exemplo, citarei a QuantumBlack, uma empresa com know-how de IA comprovado, com foco no domínio das corridas de Fórmula 1. Ela usa análise de dados e IA para melhorar os projetos de carros das equipes, estratégias de corrida e de pit stop.

Em 2015 foi adquirida pela gigante de consultoria McKinsey, que viu na empresa um enorme potencial, hoje também aplicado a outros ramos de negócio.

Em entrevista concedida em 2019, o CEO da QuantumBlack, Jeremy Palmer, fez alguns comentários que deixam bem claro a influência da cultura esportiva no sucesso de sua organização:

“Aprendemos com o esporte que o mais importante é estar focado na melhoria mensurável do desempenho. Se o objetivo é vencer, a métrica pode ser gols no futebol ou pode ser segundos na F1, mas todo mundo sabe qual é o objetivo e qual é a métrica.”

Para ele, a construção de um sistema de aprendizado contínuo, que é a definição de uma equipe esportiva, é o ponto central da abordagem dessa tecnologia.

Entretanto, sua empresa não precisa investir milhões utilizando os serviços da QuantumBlack para lidar com um grande volume de dados e ativos digitais.

Uma forma de utilizar a IA para alavancar a produtividade de sua organização, qualquer que seja seu ramo de atuação – inclusive desportiva – na manipulação de enormes quantidades de ativos digitais com segurança, escalabilidade e rastreabilidade, é o uso de um DAM (Digital Asset Management – Gestão de Ativos Digitais).

A atividade do logger pode enriquecer muito, agregando ao acervo digital da organização esportiva que utiliza o DAM, essa riqueza de estatísticas.

Seu torcedor e demais interessados, adoram estar sempre bem informados.

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