Em participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, o presidente do São Paulo, Julio Casares, confirmou que a adidas não ficará para a próxima temporada. Juntos desde 2018, acordo expira no final da atual temporada.
“Nossa fornecedora atual é uma grande marca, marca mundial. Mas infelizmente é de conhecimento que teve falhas terríveis. No plano ético temos contrato até o final do ano. E claro que estamos conversando com outras marcas. Mas num plano diferente. O São Paulo tem que ser objeto de desejo dessa marca, quiçá que seja um contrato exclusivo no Brasil”, destacou o dirigente.
Segundo Casares, para 2024, o São Paulo quer uma parceria com uma marca que pense no clube 24 horas por dia e crie peças específicas para o Tricolor Paulista. Vale lembrar que, no Brasil, a adidas está também com o Flamengo, Inter, Cruzeiro e Atlético Mineiro.
“Precisamos ter essa comunhão e vai voltar a ter. O contrato acaba no final do ano e estamos no mercado e muito adiantados com uma grande marca. Temos que ter uma marca de ressonância internacional, mas que pense no São Paulo 24 horas”, acrescentou.
O dirigente ainda abordou o fato da Adidas desenvolver camisas supostamente parecidas para todos os patrocinados no país.
“Em uma camisa do Outubro Rosa, por exemplo, a marca faz a mesma camisa para meu clube e para outros clubes que ela patrocina e muda só detalhes. Quero identidade visual, quero criação. Eu já tive isso com outra marca que foi um grande sucesso nos títulos do Campeonato Brasileiro de 2006, 2007 e 2008”, acrescentou o dirigente referindo-se à Reebok, fornecedora de 2006 a 2012, que recentemente retornou ao mercado brasileiro pelo Botafogo.
Sobre a questão das dívidas do clube, segundo o mandatário, os débitos hoje estão abaixo dos R$ 700 milhões.
“Quando nós chegamos, as dívidas tinham um patamar. Depois de dois anos de gestão, conseguimos diminuir 12%. Um dado importante é que o São Paulo tinha três anos que apresentava déficit e depois apresentamos superávit”, detalhou.
Outro ponto abordado por Casares foi sobre apostas esportivas. Ele defendeu as recentes punições impostas pela Fifa aos jogadores que participaram de esquema de manipulação de jogos.
“Uma coisa é uma pessoa jogar, outra é um profissional do esporte jogar e depois cometer um crime. Isso é repugnante. O São Paulo repudia esse tipo de coisa. Apostar está dentro da configuração humana. Agora, quando vê situações como essas de simularem situações de jogo. Hoje, a Fifa determinou punições e apoiamos isso”, afirmou.
O dirigente ainda lembrou que não é apenas o São Paulo que conta com patrocínio de uma casa de apostas (Sportsbet.io), mas quase todos os times da Série A do Brasileirão. Para ele, é necessário a regulamentação do setor.
“Vejo positivamente regulamentação, talvez a criação de uma secretaria específica. Mas a punição tem que ser exemplar. Noventa por cento dos clubes têm marcas de apostas dominando o campeonato. É um fato novo dentro do Brasil”, finalizou.