No começo de agosto participei da inauguração do Museu do Flamengo no RJ. Foi um show!
A maioria não faz ideia da dificuldade que é, no Brasil, obter acervo histórico para a criação de um empreendimento do tipo.
Para compor seu acervo, o Flamengo teve colaboração de várias instituições que muito auxiliaram no enriquecimento do museu. Dentre essas instituições, há uma que considero muito emblemática e importante para a cultura e o futebol de nosso país.
Falo do Museu da Imagem e do Som (MIS) do RJ, com sede na Rua Visconde de Maranguape, 15 – Lapa, Rio de Janeiro, cujo aniversário de fundação foi no mês passado.
Inaugurado em 3 de setembro de 1965 para as comemorações do IV Centenário da cidade do Rio de Janeiro, o museu vem prestando há 58 anos, um serviço extraordinário à sociedade brasileira, preservando em sete setores seu rico acervo, com tipos diferentes de ativos: sonoro, textual, audiovisual, partitura, tridimensional, bibliográfico e iconográfico (este na sede Praça XV) que espelham a história e a cultura brasileiras. Vale lembrar também que, por si sós, os prédios das sedes do museu são verdadeiras obras de arte.
A quantidade de informações à disposição do público e pesquisadores em várias áreas, com destaque ao futebol e à Música Popular Brasileira entre outras, são realmente impressionantes.
O MIS também bate um bolão, quando o assunto é futebol. Tive o prazer de conhecer o Sr. Cesar Miranda Ribeiro, Presidente do MIS RJ desde fevereiro de 2021, que também estava na inauguração do Museu do Flamengo e que muito me ajudou com riqueza de informações.
Ele comenta que o MIS RJ tem também o Projeto ‘Depoimentos para a Posteridade’ no qual existem vários depoimentos de craques como Zagallo, Saldanha, Zico, Dinamite, Pelé e Júnior. Há muitas outras informações, tais como projetos dos 100 anos do Vasco, do Flamengo e do Fluminense.
O presidente cita que o MIS tem livros que foram editados, da transcrição dos depoimentos para a posteridade, chamados Futebol é arte, com depoimentos transcritos de Zinho, Domingos da Guia, Pelé, bem como a edição no passado em LP, pelo selo MIS, de depoimento cedido gentilmente pelo Pelé.
“Não podemos esquecer dos hinos de onze clubes do Rio de Janeiro”, me lembra ele.
Ademais, o Sr. Cesar frisa que “hoje, nosso Centro de Pesquisa e Documentação na sede Lapa, atende a pesquisadores, acadêmicos e empresas que vêm colher informações. Ela está à disposição da sociedade com todo esse acervo maravilhoso do futebol e muito mais do que isso, sobre toda MPB e a cultura em geral.”
Quanto às Copas do Mundo de Futebol, ele comenta que o museu tem também algumas coisas em película, que hoje já estão digitalizadas e, mais importante, os áudios preservados da Copa do Mundo de 1950, 1958 e 1962. Há também, na parte de vídeo, a Copa de 1970.
“E agora, o lançamento do Museu do Flamengo, com o qual contribuímos com parte de nosso acervo acerca do Flamengo da antiguidade.”
Mas não podemos nos esquecer de um ponto muito forte no acervo do MIS: a MPB.
Entre suas emblemáticas coleções, há a de Jairo Severiano, importante pesquisador, escritor e produtor musical. Nos anos de 1997 e 1998, ele publica A canção no tempo: 85 anos de músicas brasileiras – 1901/1985, em dois volumes, escrita em parceria com o pesquisador Zuza Homem de Mello.
Há também as coleções do cantor e compositor Herivelto Martins e de Dorival Caymmi entre muitas outras destinadas ao tema MPB.
Entre as exposições do MIS RJ, há destaque para a de Aníbal Augusto Sardinha, responsável por sedimentar as bases do violão moderno.
Sem falar na Webradio do MIS, onde além de muita informação, podemos desfrutar de inúmeras pérolas da MPB.
Não esquecendo que visitar o MIS RJ fica na memória da vida de qualquer um!
É inegável o quanto o país precisa preservar e valorizar a cultura brasileira, geralmente negligenciada. Instituições como o MIS e o Flamengo estão fazendo sua parte e diversas outras instituições, esportivas ou não, podem e devem fazer o mesmo.
Uma forma delas contribuírem com a cultura nacional e, ao mesmo tempo, aprimorar a comunicação das instituições com antigos e novos torcedores e clientes, é criar seu próprio acervo histórico.
E para isso, a ferramenta ideal é o DAM (Digital Asset Management – Gestão de Ativos Digitais). Com um DAM, é possível manipular enormes quantidades de ativos digitais (fotos, documentos, áudio, entre outros) com segurança, escalabilidade e rastreabilidade. Utilizando a Inteligência Artificial (IA), por exemplo, pode-se por meio do reconhecimento facial, encaminhar as fotos de um jogador específico diretamente para que ele possa utilizá-las em sua rede social.
O Flamengo faz uso dessa ferramenta em suas operações e paulatinamente vai criando seu acervo histórico, que tantas alegrias lhe traz.
