No último domingo, 25 de fevereiro de 2024, a Seleção Brasileira de Beach Soccer conquistou o HEXACAMPEONATO ao levar o título da Copa do Mundo FIFA da modalidade, vencendo a Itália por 6×4 na grande final. Apesar da transmissão ao vivo dos jogos no Sportv tivemos pouquíssima repercussão nos veículos de mídia convencionais.
Não vimos um programa de debate esportivo reservar um bloco sequer de seus programas para avaliarem as seleções, falarem sobre a vida dos jogadores , contarem a história do esporte, valorizarem as conquistas anteriores e promoverem debates sobre o desempenho geral em uma Copa do Mundo.
Não é de hoje que isso me incomoda muito na grade esportiva do Brasil. Nós temos no mínimo dez canais 100% dedicados para assuntos esportivos nas tv’s por assinatura, além de algumas boas horas diárias de programações esportivas distribuídas no canais abertos e uma coisa em comum, 99% dos assuntos nos programas jornalísticos falando sobre futebol. E pior, quando querem atrair outros olhares, valorizam o produto do vizinho mais rico das Américas, enaltecendo as grandes ligas norte americanas, criando programas especiais e muitas vezes comparando de forma pejorativa os nossos produtos.
Mas também, vamos esperar o que do país que indicou o Rugby como modalidade local nas Olimpíadas do Rio de Janeiro?
Este ano teremos Jogos Olímpicos e então àquela maravilhosa imersão no universo das 48 modalidades por míseros 30 dias. Depois disso, os medalhistas de ouro ainda viverão cerca de 60 dias frequentando esporadicamente a mídia esportiva e do entretenimento, até tudo cair novamente no ostracismo por longos três anos e meio.
Será que se os grandes veículos de massa apoiassem esportes genuinamente brasileiros e historicamente vitoriosos como o Beach Soccer, o Futevôlei e o Futsal as coisas poderiam ser diferentes? Nós temos hoje sem nenhuma dúvida o melhor produto do mundo no vôlei, futsal, futevôlei, beach soccer e ainda um NBB (que NBA à parte) não deve nada para nenhuma liga de basquete do planeta.
O excesso de exposição do futebol destrói a construção de novos ídolos em outras modalidades, aniquila a pluralidade esportiva em um dos países com maior potencial esportivo do mundo e ainda ajuda para prejudicar o próprio futebol. Vivemos diariamente uma cobrança para reconquistar a Copa do Mundo de Futebol, mas esquecemos de valorizar o primeiro Hexa de uma Seleção Brasileira. É claro que o futebol é a modalidade mais popular do Brasil e do mundo, mas com tanto espaço nos milhares veículos de comunicação poderíamos ter:
- Melhores momentos semanalmente das ligas brasileiras;
- Inserção de atletas de outras modalidades em programas de entretenimento;
- Publicação da tabela das competições nos grande portais de notícias;
- Acompanhamento jornalístico durante a temporada das ligas brasileiras;
- Quadro específico para sãs modalidades durante os programas de debate esportivo;
- Mais espaço de divulgação das rádios.
Pequenas mudanças de postura que certamente aumentariam o engajamento com diferentes esportes, valorizariam suas conquistas e principalmente estimulariam o crescimento das diferentes modalidades. Em meio a tanta desigualdade de cobertura midiática, mesmo com quadros saturados de mesmice há mais de 30 anos e muitas vezes sem assunto, por aqui fazemos questão de aqui enaltecer o HEXA do BRASIL!
Parabéns Beach Soccer Brasileiro, parabéns Seleção Brasileira:
Goleiros
- Bobô (Sampaio Corrêa-MA)
- Teleco (Vasco da Gama-RJ)
Fixos
- Brendo (Anchieta-ES)
- Bruno Xavier (Anchieta-ES)
- Catarino (Catania BS-ITÁLIA)
Alas
- Datinha (Sampaio Corrêa-MA)
- Filipe Silva (Lokomotiv-RÚSSIA)
- Mauricinho (Vasco da Gama-RJ)
- Zé Lucas (ABC/Galinhos-RN)
Pivôs
- Alisson (ABC/Galinhos-RN)
- Edson Hulk (Sampaio Corrêa-MA)
- Rodrigo (Flamengo-RJ)
Técnico: Marco Octávio
