Coluna

Inteligência Artificial entra em campo e transforma o universo esportivo

A onipresença dessa tecnologia no setor já começou a ser evidenciada em projeções extremamente otimistas

Inteligência Artificial entra em campo e transforma o universo esportivo

11 de março de 2024

4 minutos de Leitura

Adalberto Generoso
Adalberto Generoso
CoFundador e CEO da Yapoli, empreendedor serial com mais de 10 anos de experiência em tecnologia, marketing e digital e vencedor de 3 Cannes Lions.

Assim como em quase todos os segmentos, a indústria esportiva está passando por uma transformação profunda impulsionada pela ascensão da Inteligência Artificial (IA). E, acredite, esse movimento não se trata apenas de algumas alterações em processos e operações, mas sim de uma mudança que pode levar esse universo a alcançar novos ares.

É uma revolução sem restrições, que vai além de modalidades ou áreas específicas. Não à toa, a onipresença dessa tecnologia no setor já começou a ser evidenciada em projeções extremamente otimistas. Com base em uma pesquisa da Allied Market Research, Pete Peranzo, criador da MagicTask e cofundador da Imaginovation, estima uma movimentação de cerca de US$ 19,2 bilhões até 2030.

Benefícios de usar a IA no setor esportivo

No cenário dos esportes, a IA possui uma gama imensa de funcionalidades, especialmente quando falamos de aplicações práticas. Algumas das principais delas são: 

  • Transformar dados em estratégias reais: a interpretação de grandes quantidades de dados para identificar padrões e tendências por meio da IA já está sendo feita na National Football League (NFL) e Major League Baseball (MLB). Com a tecnologia, as ligas têm a oportunidade de aprimorar o desempenho dos jogadores e tomar decisões estratégicas mais informadas, seja antecipando lesões ou destacando atletas com um grande potencial.
  • Previsões voltadas para a performance: algoritmos de Machine Learning analisam estatísticas como históricos de lesões e registros disciplinares para prever a performance dos atletas. Os Chicago Cubs e os Seattle Seahawks, por exemplo, usam a ferramenta para monitorar a fadiga e padrões de sono, contribuindo para a saúde e o bem-estar geral dos jogadores.
  • Decifrar filmagens dos jogos: a aplicação da IA na análise detalhada de imagens de jogos também oferece uma vantagem competitiva significativa, identificando questões que podem passar despercebidas aos olhos humanos. Com isso, há como tomar boas decisões em tempo real e identificar áreas de melhoria para as próximas partidas.
  • Personalização de equipamentos desportivos: empresas como Adidas e Wilson estão aproveitando as capacidades da IA para criarem equipamentos adaptados às necessidades individuais dos esportistas. Atualmente, existem tacos de golfe com sensores e raquetes de tênis tecnológicas que garantem mais potência e precisão aos atletas.
  • Experiências aprimoradas para torcedores: outra vantagem da tecnologia é o desenvolvimento da conexão entre os clubes e a torcida. Provas disso são as experiências imersivas de realidade virtual criadas pelo Golden State Warriors e os Los Angeles Dodgers, que ajudam os torcedores a navegar nas arenas de maneira eficiente e imersiva.
  • Melhora na área de arbitragem: ligas como a National Basketball Association (NBA) e a própria MLB estão utilizando a IA para aprimorar a marcação de faltas, localizar a bola, verificar a validade dos pontos e identificar penalidades de forma assertiva. Consequentemente, menos erros humanos são cometidos.

Potencial da IA para o futuro dos esportes

Mais do que ser utilizada em prol da indústria esportiva, a IA ainda tem um espaço enorme para mudar a história desse setor se for incorporada a outras tecnologias emergentes. As plataformas de gestão de ativos digitais (DAM – Digital Asset Management) são os maiores expoentes disso. 

Essa ferramenta centraliza, padroniza e distribui arquivos digitais, oferecendo uma abordagem totalmente contemporânea para os acervos dos clubes. Ou seja, é uma saída para impulsionar a eficiência, produtividade e inovação das respectivas instituições, sendo fundamental para reduzir despesas e gerar receitas com patrimônios lendários.

Imagine, por exemplo, capturar o momento histórico de um gol de bicicleta em uma final de campeonato e, em segundos, utilizar a IA do DAM para reconhecer facialmente o jogador, encaminhando as fotos diretamente para todos os veículos de comunicação e canais digitais. Ou seja, como um orquestrador de mídia, o DAM escala a capacidade dos clubes em criar novos projetos digitais praticamente em tempo real. É esse tipo de porta que a tecnologia ajuda a abrir.

Obviamente, assim como ocorre com todos os recursos tecnológicos, os desafios também fazem parte do processo. Sem dúvidas, encontrar um equilíbrio entre a inovação  e considerações éticas é o maior deles. Contudo, é certo dizer que o futuro da IA nos negócios esportivos promete continuar a moldar o panorama desse universo tão querido por milhares de pessoas, proporcionando benefícios sustentáveis e equitativos para todos os envolvidos. 

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