Coluna

Startups no Esporte: casos de sucesso das SporTechs

Confira cases de sucesso de startups nos setores de Esporte e Saúde e Bem-Estar

Foto: Ivan Ballester

18 de julho de 2024

10 minutos de Leitura

Foi uma honra ter vocês, leitores, comigo ao longo dessas semanas para explorar essa jornada sobre inovação. Até o momento desta escrita, realizamos o maior e mais rico especial sobre sportechs já visto no Brasil, com mais de 30 páginas de conteúdo e dados nacionais e internacionais de mercado. Tenho mais de 20 anos de experiência na indústria do esporte, começando como atleta e depois trabalhando com Marketing Esportivo e mensuração de patrocínio no Ibope Repucom, líder global no setor.

Nos últimos três anos, atuando como fundador e CEO da Esporte Educa, percebi a falta de fontes de informação sobre startups no esporte, investimento e tecnologia. Fui nomeado embaixador de SporTechs do Arena Hub, participei do programa Podium de aceleração de SporTechs e fui mentorado por grandes nomes da indústria. Percebi que a maioria das pessoas não tem acesso a essas oportunidades e conhecimentos. Após ajudar alguns fundadores que estão começando suas jornadas, senti a necessidade de produzir esse conteúdo.

Mais recentemente, me tornei colunista deste portal, que tanto admiro, o MKTEsportivo. Ambas as missões se cruzaram para que eu escrevesse esta série especial, com o intuito de compartilhar o conhecimento que adquiri ao longo desses anos e democratizar o acesso à informação no mercado esportivo.

Foram semanas intensas e repletas de pesquisas e informações valiosas. Vou recapitular alguns pontos principais e deixar os links disponíveis para quem quiser se aprofundar. Logo na primeira semana, dei uma visão geral do que estava por vir. Nas quatro semanas seguintes, o conteúdo foi dividido em:

Episódio 1:
SporTechs – O que são, de onde vêm e o que resolvem?

No primeiro episódio, discutimos o que caracteriza uma startup e o que as distingue das empresas tradicionais. As SporTechs são startups que utilizam tecnologia para resolver problemas específicos no setor esportivo. Exemplos incluem a Occla, que melhora a performance dos atletas através de dispositivos intrabucais personalizados, e a Esporte Educa, que combina Sportech e Edtech para conectar educação e esporte. Essas startups focam em inovação e escalabilidade, oferecendo soluções disruptivas que transformam o mercado esportivo.

Episódio 2:
A Ascensão das Startups Esportivas – Onde há problema, existe oportunidade

Neste episódio, exploramos como as startups estão transformando a indústria do esporte, destacando áreas com maior potencial de inovação. Engajamento dos fãs, performance humana, espaços inteligentes, e-Sports, mídia, impacto social e sustentabilidade são algumas das áreas em que as startups estão fazendo avanços significativos. A Fanbase, por exemplo, melhora o engajamento dos fãs com ferramentas de coleta de dados e experiências personalizadas, enquanto a Sensorial Esportes utiliza neurociência para otimizar a performance dos atletas.

Episódio 3:
Mapeando o Ecossistema de SporTechs no Brasil

O terceiro episódio mapeia o ecossistema de startups esportivas no Brasil, identificando os principais atores, incluindo investidores, clubes adeptos à inovação, organizações governamentais, aceleradoras e hubs de inovação. O Arena Hub, por exemplo, é um dos maiores centros de inovação esportiva da América Latina, com mais de 150 startups associadas. Startups como a iSportistics (agora Mantis.AI) têm mostrado resiliência e inovação, recebendo investimentos significativos e expandindo internacionalmente.

Episódio 4:
Investimentos em SporTechs

No quarto episódio, analisamos o mercado global de investimentos em startups esportivas, comparando como o Brasil se posiciona em relação a outras nações líderes. Fundos como OTF Capital, GO4IT Sports Angels e Bossa Nova Investimentos estão direcionando capital para startups esportivas no Brasil, mostrando o potencial do mercado brasileiro. O investimento em startups pode ser altamente arriscado e lucrativo, com diferentes estágios e tipos de rodadas de investimento, desde o pré-seed até séries mais avançadas. Para encerrar a série, neste 5º episódio apresentaremos cinco casos de sucesso no setor de startups esportivas e vamos extrapolar um pouco, incluindo a indústria do bem-estar. Essas histórias ilustram como as startups conseguiram não apenas sobreviver, mas também prosperar, oferecendo lições valiosas de resiliência, inovação e visão empresarial. Borá lá?

5 Casos de Sucesso de Startups nos Setores de Esporte e Saúde e Bem-Estar

Gympass (atual Wellhub)

O Gympass, agora rebatizado como Wellhub, é um verdadeiro unicórnio brasileiro – uma startup avaliada em mais de US$ 1 bilhão. A empresa revolucionou o acesso a academias e serviços de bem-estar, oferecendo planos de assinatura corporativa que permitem acesso a uma ampla rede de academias, estúdios de fitness e serviços de bem-estar ao redor do mundo. Empresas pagam uma taxa mensal para oferecer esses benefícios aos seus funcionários, promovendo um estilo de vida saudável e aumentando a produtividade. Com o tempo, expandiu seu portfólio para incluir aulas online e programas de bem-estar, adaptando-se às novas demandas do mercado e consolidando-se como uma solução abrangente para saúde e bem-estar corporativo.

O modelo de negócios do Gympass é baseado em assinaturas corporativas, onde empresas pagam para que seus funcionários tenham acesso a uma vasta rede de serviços de fitness e bem-estar. O termo “unicórnio” é usado no mundo das startups para designar empresas que atingiram uma avaliação de mercado de pelo menos US$ 1 bilhão, destacando-se pela inovação e crescimento acelerado.

RadarFit

Outro caso de sucesso na área de saúde e bem-estar é a RadarFit, que incentiva a prática de atividades físicas no Brasil e luta contra o sedentarismo. As empreendedoras mineiras Jennifer de Faria (CFO), Tatiany Ribeiro (CTO) e Jade Utsch (CEO) são as criadoras dessa inovadora startup. A RadarFit combina tecnologia, gamificação e inteligência artificial para promover hábitos saudáveis entre seus usuários. A plataforma transforma atividades físicas e hábitos saudáveis em uma competição divertida, onde os participantes acumulam pontos e ganham prêmios.

Recentemente, a RadarFit recebeu um investimento de US$ 1 milhão da WE Ventures, fundo de capital de risco que faz parte do Women Entrepreneurship, uma iniciativa criada pela Microsoft Participações em parceria com o Sebrae Nacional, M8 Partners, e em colaboração com Bertha Capital. Esse investimento, realizado em conjunto com a recém-lançada Hiker Ventures, soma um total de R$ 5 milhões e visa impulsionar a estratégia de expansão da startup, que já contava com a DOMO, Bossa Nova e OTF Capital. Além de ser uma ferramenta eficaz para a promoção da saúde, a RadarFit se destaca por seu enfoque inovador na motivação e engajamento dos usuários, tornando o fitness mais acessível e divertido.

CyberPhysics

A CyberPhysics é uma startup focada em soluções tecnológicas para fisioterapia e reabilitação. Utilizando realidade virtual e inteligência artificial, a empresa desenvolveu um sistema que permite avaliações precisas e personalizadas, além de programas de exercícios adaptados às necessidades específicas de cada paciente. Nasce com a aprovação do Programa de Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas da FAPESP, com a missão de desenvolver tecnologias inovadoras e disruptivas no setor de saúde e alto rendimento esportivo através de sistemas ciber-físicos – integrações que envolvem computação, comunicação e controle através de redes e processos físicos.

Tive a oportunidade de conhecer o trabalho da CyberPhysics de perto em Dubai, na maior feira de tecnologia do mundo, e fiquei impressionado com sua abordagem inovadora. Essa tecnologia tem o poder de proporcionar melhores resultados no tratamento e recuperação, além de maior adesão dos pacientes aos programas de reabilitação.

Rei do Pitaco

O Rei do Pitaco é uma plataforma de fantasy sports que vem ganhando destaque no Brasil. Fundada por Mateus Dantas, a startup permite que os usuários montem seus times de futebol e compitam por prêmios em dinheiro com base no desempenho real dos jogadores nos campeonatos. Com uma interface intuitiva e prêmios atrativos, a empresa conseguiu conquistar uma base sólida de usuários apaixonados por esportes, combinando entretenimento e esportividade em uma única plataforma. Lançada em 2019, a empresa rapidamente se destacou no mercado brasileiro, conquistando investidores importantes e expandindo suas operações. Em 2021, a empresa recebeu um investimento de R$ 180 milhões em uma rodada liderada pelo fundo de venture capital Kaszek Ventures, com participação da Bullet Capital e já contava com a participação da Verve Capital, que investiu na Esporte Educa também, marcando a maior rodada de investimento para uma sportech no Brasil, visto que a Gympass está mais no lado da saúde e bem-estar do que no esporte em si. 

O Rei do Pitaco encontrou uma forma de unir dois mundos: o das apostas com o fantasy game, atuando em uma vertente que nem o Cartola FC estava e nem as apostas tradicionais. A startup também se diferencia por oferecer prêmios diários e permitir que os usuários participem de competições com apenas R$ 1, democratizando o acesso ao fantasy sports e engajando uma ampla base de fãs de futebol no Brasil.

Destra

A Destra é uma startup que se destaca no setor de licenciamento esportivo. Fundada por Bruno Koerich, outro colunista aqui no MKT Esportivo, a Destra oferece uma plataforma inovadora para gestão e comercialização de licenças esportivas, facilitando a conexão entre clubes, marcas e fãs. A empresa conta com clientes de peso como Barcelona, PSG, NFL, Manchester City e dezenas de clubes espalhados pelo Brasil. Além disso, a Destra recebeu investimentos da Bossa Nova Investimentos e participou do Reality Show do Grupo Primo o “Primo Startups”, uma espécie de Shark Tank do influenciador digital Thiago Nigro, o “Primo Rico”.

Vale a pena assistir ao episódio para conhecer mais sobre essa trajetória inspiradora. Utilizando tecnologia de ponta, a Destra oferece soluções personalizadas que atendem às necessidades específicas de cada cliente, desde a gestão de contratos de licenciamento até a criação de campanhas de marketing integradas. Com uma abordagem focada na inovação e na eficiência, a Destra tem se consolidado como uma referência no setor de licenciamento esportivo no Brasil. Para ler as colunas de Bruno, clique aqui.

Caso você tenha lido esta coluna até aqui e tenha gostado, mas não tenha seguido a ordem cronológica dos episódios, eu te convido a embarcar nessa jornada sobre o mundo da inovação no esporte. Se você nos acompanhou aqui ao longo dessas semanas, saio com a certeza de que você tem ferramentas e acesso a informação suficiente para trabalhar com inovação, seja tirando sua ideia do papel, seja tracionando o seu negócio ou até mesmo trabalhando dentro de uma entidade esportiva.

Provavelmente nos veremos em outra coluna falando de inovação, afinal é um tema vivo que sempre evolui. Até a próxima, caro leitor!

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