Das 20 medalhas conquistadas pelo Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, a dupla ranking número 1 do vôlei de praia feminino composta por Duda e Ana Patrícia ganhou destaque após conquistar o ouro de forma invicta, colocando o Brasil no pódio da modalidade após 28 anos. A dupla derrotou o Canadá na final por 2 sets a 1 após passarem pelas equipes da Austrália, Letônia e Japão nas fases eliminatórias.
Duda e Ana Patrícia, que voltaram recentemente para o Brasil, concederam uma entrevista exclusiva ao MKT Esportivo. As campeãs abordaram a importância que seus patrocinadores pessoais tiveram durante suas carreiras e no ciclo olímpico, além da possibilidade de projetos comerciais futuros uma vez que seguirão como dupla.
Duda mencionou o apoio do Praia Clube, onde elas receberam uma estrutura para treino. Ela citou também a importância do Comitê Olímpico Brasileiro, da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), a base da Red Bull, Petrobras, Uniube, Oakley entre outras marcas apoiadoras como a Thalu Esportes, da cidade de Acaraju, em Sergipe, onde a atleta nasceu e iniciou sua carreira. Ana Patrícia também ressaltou o patrocínio e apoio do Exército Brasileiro, Bloovs, Bolsa Atleta e Zinzane. Esta última acompanha a atleta já há alguns anos.
“É muito importante poder contar com parceiros, patrocinadores e pessoas que nos apoiam e assim, pensarmos apenas no que deve ser feito dentro da quadra sem se preocupar com outras funcionalidades. Quando se tem alguém nos ajudando, o foco fica apenas no Vôlei. Acho que não tem nada melhor que patrocinadores que são fiéis”, comentou Duda.
“A gente entende a importância do apoio e patrocínio porque as pessoas às vezes olham para o vôlei e pensam que já é um esporte consolidado. Só que a gente sempre teve muitos custos. E contar com a ajuda deles para fornecerem melhores condições de treino, de jogo e de viagem foi com certeza super importante pra que a gente conseguisse performar o nosso melhor”, acrescentou Ana Patrícia.
Duda e Ana Patrícia já anunciaram que seguirão como uma dupla nas próximas competições e detalharam como a conexão ajuda nas partidas e também no potencial interesse de novos patrocinadores. As atletas enxergam a conquista em Paris como uma oportunidade de oferecer ainda mais visibilidade para o Vôlei de Praia e patrocínio como forma de motivação para uma nova geração.
“Eu digo que quero terminar a carreira jogando com a Ana Patrícia porque antes de conhecer a atleta eu conheci a essência dela, e eu acho que isso facilitou muito a nossa química durante os Jogos Olímpicos. A nossa união vai ajudar muito a ter mais visibilidade para as marcas, mas eu acho que se outros patrocinadores tiverem esses olhares para outros atletas que estão começando, motivá-los e colocar patrocínio, isso vai facilitar e acelerar o processo dos atletas que estão começando”, finalizou Duda.
Confira abaixo a entrevista completa com Duda e Ana Patrícia:
MKTEsportivo – Quais foram os patrocinadores que deram suporte a vocês neste ciclo olímpico e qual a importância na jornada de preparação antes das Olimpíadas e durante os Jogos em Paris?
Duda – Como time, o Praia Clube nos ajudou muito e disponibilizou toda uma estrutura. o Comitê Olímpico ajudou, a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) apoiando os atletas, a base da Red Bull desde o início que me ajudou muito, a Thalu Esportes que é da minha cidade (Acaraju) Petrobras, Uniube, Oakley e vários outros patrocinadores.
É muito importante ter o bolsa atleta e também poder contar com parceiros, patrocinadores e pessoas que te apoiam e assim, pensarmos apenas no que deve ser feito dentro da quadra sem se preocupar com outras funcionalidades. No vôlei de praia, muitas vezes você ganhava uma etapa e precisava pagar a comissão e correr atrás de outras coisas que acabavam mudando nosso foco. Então, quando se tem patrocinadores e apoiadores que estão nos ajudando, o foco fica apenas no Vôlei. Acho que não tem nada melhor que ter alguém ajudando e patrocinadores que são fiéis.”
Ana Patrícia – Tive patrocinio da Zinzane, Bloovs, Exército Brasileiro, Bolsa Atleta e Petrobrás. É muito importante ter patrocinadores como a Zinzane por exemplo, que já me acompanha há muitos anos. Esses últimos três anos principalmente, em que estávamos no Praia Clube, recebemos toda a estrutura dada por eles. A gente entende a importância do apoio e patrocínio porque as pessoas às vezes olham para o vôlei e pensam que já é um esporte consolidado. Só que a gente sempre teve muitos custos.
Contar com a ajuda deles para fornecerem melhores condições de treino, de jogo e de viagem foi com certeza super importante pra que a gente conseguisse performar o nosso melhor.
Vocês já revelaram que seguirão como uma dupla. Como essa união fortalece a relação de vocês como equipe, e de que forma acham que isso pode agregar também para o interesse de marcas em realizar parcerias e patrocínios futuramente?
Duda – Eu digo que quero terminar a carreira jogando com a Ana Patrícia porque antes de conhecer a atleta eu conheci a essência dela, e eu acho que isso facilita muito na nossa troca dentro da quadra e facilitou muito a nossa química durante os jogos Olímpicos. Então é muito legal você conhecer a pessoa por inteiro e estar ali vendo o que ela está fazendo. Você se motiva com o trabalho e motivação dela, com o esforço que ela faz dentro da quadra. E eu acho que com esse título, é importante também agradecer outros patrocinadores que estiveram conosco antes da gente ganhar esse ouro olímpico.
A nossa união vai ajudar muito a ter mais visibilidade, mas eu acho que se outros patrocinadores tiverem esses olhares para outros atletas que estão começando, motivá-los e colocar patrocínio, isso vai facilitar e acelerar o processo dos atletas que estão começando.”
Vocês sentiram alguma diferença em relação do suporte dos patrocinadores e apoiadores nessas Olimpíadas em comparação com outros Jogos Olímpicos, como o de Tóquio?
Ana Patrícia – Eu acho que a gente tinha um apoio lá atrás. Eles foram tão presentes e deram condições quanto agora. E eu acho que é o processo. O esporte tem uma coisa interessante de ser imprevisível. Você nunca sabe quando vai dar certo ou quando vai dar errado e eu acho que naquele momento não deu certo porque não tinha que ser, mas a gente é muito grata a todo mundo que esteve com a gente mesmo naquele momento de dificuldade e continuou com a gente para viver esse momento glorioso agora.
Além da grande conquista da medalha de ouro, qual outra memória nesses Jogos Olímpicos tem um valor importante para a carreira de vocês?
Duda – Para mim foi quando a gente entrou naquele palco. Vi a torre e pensei “cara eu nunca imaginei que eu ia jogar em frente a Torre Eiffel’. Então a primeira vez que eu pisei naquela Arena eu achei surreal. Foi lindo e um momento belíssimo.
Ana Patrícia – Uma coisa que ficou marcada para mim foi o dia em que penduramos o nosso uniforme de pódio. Todo dia a gente chegava e olhava para ele e ficava imaginando a hora de utiliza-los. Isso ficou muito vivo para gente, Olhávamos o uniforme pensando ‘eu vou te usar’.
Cada uma de vocês teve o contato com o vôlei de praia na juventude e hoje servem como inspiração para outras jovens iniciarem no esporte. Como é para vocês serem vistas como referência?
Duda – Eu acho que essa conquista vai valorizar ainda mais a modalidade. Já está na hora de valorizar o Vôlei de Praia assim como outros esportes e acho que isso vai servir de inspiração para as pessoas pensarem ‘elas conseguiram eu também posso conseguir viver desse esporte’ . Esse esporte tem ainda mais visibilidade quando se joga uma Olimpíada. Você vê que as pessoas que você assistia, conseguiram algo tão inusitado e desejado. Então esse título vai servir muito de inspiração e motivação.
É importante entender também que o esporte muda sua vida e das pessoas que estão a sua volta.
