Os Jogos Paralímpicos de Paris 2024 tiveram início na última quarta-feira (28) e o Time Brasil já garantiu diversas medalhas e, neste momento, encontra-se na quarta posição geral, atrás somente de China, Grã-Bretanha e Estados Unidos.
Para além das competições que ocorrem na capital francesa, a ASICS, como patrocinadora oficial do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) tem se destacado, não só pelo fornecimento de roupas e material esportivo para a delegação, mas também pelo envolvimento com o Brasil Paralímpico para promover ações sobre a performance esportiva, representatividade, inclusão e a importância do evento.
“É uma alegria imensa para nós poder patrocinar o CPB! Essa é uma das principais campanhas do ano. Não só pelo fato de sermos os únicos fora do país sede da marca a apoiar um Comitê Paralímpico, mas também pelo envolvimento interno de todos os funcionários, que se engajaram e compraram essa ideia desde o início do projeto”, disse Felipe Pontual, gerente de Sports Marketing da ASICS América Latina em entrevista exclusiva ao MKTEsportivo.
Felipe também revelou mais detalhes sobre a produção dos uniformes, que contou com o apoio dos paratletas do Comitê desde a fase inicial de design até os testes, possibilitando a criação das vestimentas específicas com elementos de acessibilidade e que ao mesmo tempo, acrescentasse à estética das peças.
“A primeira grande oportunidade de inclusão foi com o desenvolvimento do uniforme do Comitê Paralímpico. Para isso, chamamos o CPB para perto para entender as reais necessidade dos atletas e, assim, criamos uma série de inovações, com uma coleção acessível na prática. Todos os itens contam com detalhes de acessibilidade, como mochilas com alça nos puxadores, calças com zíperes na lateral próximo ao tornozelo para facilitar o uso por atletas com prótese, e etiquetas internas em Braille que destacam as cores correspondentes para auxiliar na seleção das roupas”, acrescentou.
A marca japonesa se envolveu ainda mais com esportes paralímpicos ao lançar uma campanha com atletas brasileiros com o objetivo de destacar a performance esportiva, treino, busca por medalhas e recordes e a luta diária para chegar a Paris.
Apesar da parceria ter como foco principal os Jogos de Paris, a colaboração entre a ASICS e o CPB se iniciou em 2023 e abrangeu outras competições, como os Jogos ParaPanamericanos Santiago 2023 e o Campeonato Mundial de Atletismo Paralímpico Kobe 2024. Além disso, a marca já patrocinava 4 atletas paralímpicos desde 2021.
“Embora estejamos inseridos no esporte paralímpico há algum tempo, iniciar um projeto como este é mergulhar num universo de aprendizados diários. Falar sobre inclusão e acessibilidade é algo que ainda estamos aprendendo como sociedade, e dentro da ASICS temos batalhado muito para poder evoluir como empresa e pessoas. Por isso, fizemos um trabalho muito grande de imersão e letramento em todo o time para que pudéssemos estar preparados para entregar o melhor resultado possível”, detalhou Felipe.
A coleção desenvolvida pela ASICS inclui jaqueta de pódio, moletom, camisetas, camisa polo, regata, bermuda, calça, legging, tênis, mochila, meia, manguito e boné. Pela primeira vez, as peças estão sendo comercializadas para o público geral.
“Um importante fato para nós foi ter contado com o engajamento de toda a empresa ao longo do processo. Todos os funcionários, de diferentes áreas, compraram a ideia desde o início e se mobilizaram para fazer acontecer. Nossa meta era propor ao fã do esporte paralímpico que ele pudesse adquirir o mesmo uniforme que os atletas. Nosso grande desafio era proporcionar essa experiência ao consumidor – e conseguimos!”, finalizou o gerente.
A seguir, a entrevista completa com Felipe Pontual, gerente de Sports Marketing da ASICS América Latina.
Como é para ASICS ser patrocinadora de uma potência paralímpica como o Brasil, por meio do Comitê Paralímpico Brasileiro? Já que até então, a equipe paralímpica do Japão era a única a contar com o apoio da marca. Em 2023, o Brasil se torna o primeiro fora do país-sede da ASICS a receber este investimento.
É uma alegria imensa para nós poder patrocinar o CPB! Essa é uma das principais campanhas do ano. Não só pelo fato de sermos os únicos fora do país sede da marca a apoiar um Comitê Paralímpico, mas também pelo envolvimento interno de todos os funcionários, que se engajaram e compraram essa ideia desde o início do projeto.
O patrocínio ao CPB reforça nossa filosofia de fundação da marca de Sound Mind, Sound Body – Mente Sã em Corpo São na prática, já que o esporte paralímpico faz com que, por meio da inclusão, as pessoas tenham o esporte como ferramenta de desenvolvimento humano.
O desenvolvimento do uniforme brasileiro para os Jogos Paralímpicos de Paris 2024 faz parte do projeto de patrocínio ao Comitê Paralímpico Brasileiro. Essa parceria começou no ano passado, abrangeu também outras competições como os Jogos ParaPanamericanos Santiago 2023 e o Campeonato Mundial de Atletismo Paralímpico Kobe 2024, e tem como principal foco o evento em Paris.
Como essa aliança com o Comitê Paralímpico Brasileiro tem agregado na missão de incluir a pessoa com deficiência na sociedade por meio do esporte?
A primeira grande oportunidade de inclusão foi com o desenvolvimento do uniforme do Comitê Paralímpico. Para isso, chamamos o CPB para perto para entender as reais necessidade dos atletas e, assim, criamos uma série de inovações, com uma coleção acessível na prática. Todos os itens contam com detalhes de acessibilidade, como mochilas com alça nos puxadores, calças com zíperes na lateral próximo ao tornozelo para facilitar o uso por atletas com prótese, e etiquetas internas em Braille que destacam as cores correspondentes para auxiliar na seleção das roupas.
No vídeo manifesto parte da campanha da ASICS para os Jogos Paralímpicos de Paris, a representatividade nos campos, nas quadras e nas pistas, foi refletida também por trás das câmeras, com profissionais PCD atuando na produção e direção. Isso é também parte da forte conexão que os princípios da ASICS possuem com o esporte paralímpico?
Para nós é imprescindível aplicar o que pregamos. Então, patrocinar o Comitê Paralímpico do Brasil vai muito além do que somente apoiar o comitê. Desde 2021 patrocinamos 4 atletas paralímpicos; e de lá para cá, nosso apoio e suporte ao esporte paralímpico só aumenta.
As peças de vestuário foram desenvolvidas em colaboração com atletas paralímpicos, desde a fase inicial de design até os testes. Sentimos que a cocriação é algo que faz parte do DNA da ASICS, sempre colocando o atleta, o consumidor, em primeiro lugar. Neste caso, em especial, como foi o processo de atender as diferentes especificidades dos esportistas?
Essa coleção foi desenvolvida em colaboração com atletas paralímpicos, desde a fase inicial de design até os testes. Isso permitiu que conhecêssemos mais os atletas com deficiência e desenvolvêssemos produtos específicos para eles. De forma única, as peças foram adaptadas com elementos de acessibilidade para garantir que sejam funcionais para as pessoas que vão utilizá-las.
Embora estejamos inseridos no esporte paralímpico há algum tempo, iniciar um projeto como este é mergulhar num universo de aprendizados diários. Falar sobre inclusão e acessibilidade é algo que ainda estamos aprendendo como sociedade, e dentro da ASICS temos batalhado muito para poder evoluir como empresa e pessoas. Por isso, fizemos um trabalho muito grande de imersão e letramento em todo o time para que pudéssemos estar preparados para entregar o melhor resultado possível.
Isso passa tanto por nosso time interno, quanto também pelos fornecedores que embarcaram nesse projeto conosco. Para muitas das inovações que trouxemos não há soluções prontas no mercado, então foi muito importante encontrar parceiros que quisessem ir atrás e desenvolvê-las com a gente.
Nossa ideia sempre foi trazer inovações pensadas na acessibilidade de maneira prática, que realmente mudassem a experiência de uma pessoa com deficiência que vestisse a peça. E, por que não, pudessem fazer parte da estética da peça, trazendo também mais atenção ao tema. Então, desde cada acessório como os puxadores até os detalhes internos e externos em braile, fazem parte desta ideia.
Além disso, é importante destacar que desde o início do desenvolvimento, trouxemos a equipe do Comitê Paralímpico Brasileiro e os atletas para que pudessem participar de todo o processo. Cada opinião, feedback, teste de provas feito por atletas, foi essencial para alcançarmos o nível de qualidade que queríamos.
Pela primeira vez, os uniformes serão comercializados para o público em geral. Neste sentido, quais foram os principais desafios para tornar esse sonho uma realidade?
Um importante fato para nós foi ter contado com o engajamento de toda a empresa ao longo do processo. Todos os funcionários, de diferentes áreas, compraram a ideia desde o início e se mobilizaram para fazer acontecer. Nossa meta era propor ao fã do esporte paralímpico que ele pudesse adquirir o mesmo uniforme que os atletas. Nosso grande desafio era proporcionar essa experiência ao consumidor – e conseguimos!
Pela primeira vez na história isso aconteceu, e hoje qualquer pessoa pode ter acesso às peças que os atletas estão usando na competição.