Coluna

Capacete de futebol americano da AT&T para pessoas com deficiência auditiva recebe aprovação da NCAA

Esporte, Tecnologia, Inclusão Social, 5G e Realidade Aumentada: Como AT&T, NCAA e Universidade Gallaudet uniram esses elementos para transformar o futebol americano

Capacete de futebol americano da AT&T para pessoas com deficiência auditiva recebe aprovação da NCAA

18 de setembro de 2024

5 minutos de Leitura

Ivan Ballesteros
Ivan Ballesteros
CEO e fundador da Esporte Educa, primeira EduSportech brasileira com foco em reescrever a relação do esporte com a educação dentro do país

Comunicação é tudo no Esporte. Mas para atletas com deficiência auditiva, esse é um obstáculo diário. Como seguir as instruções do técnico se você não pode ouvi-las? É aí que entra uma inovação que está mudando o jogo: o capacete digital desenvolvido pela AT&T em colaboração com a Universidade Gallaudet.

A ideia por trás desse capacete não é apenas revolucionária, mas também inclusiva: permitir que atletas com deficiência auditiva possam visualizar as jogadas dentro de um visor no capacete, utilizando uma interface de realidade aumentada e conectividade 5G. Isso elimina a dependência de sinais manuais ou leitura labial durante momentos críticos do jogo.

Essa revolução tecnológica chegou: A NCAA acaba de aprovar o uso desses capacetes digitais para a temporada 2024 da Gallaudet. Esse é um passo gigantesco para o esporte e para a inclusão. A aprovação veio após um teste bem-sucedido no ano passado, quando a equipe de Gallaudet enfrentou o Hilbert College. Naquela ocasião, três quarterbacks da equipe usaram os capacetes customizados, que exibiam as jogadas chamadas pelos técnicos diretamente no visor do capacete, tudo em tempo real.

O técnico Chuck Goldstein, que domina a Língua de Sinais Americana (ASL), conhece bem os desafios. Para ele, a chegada do capacete digital é muito mais do que uma nova ferramenta. É uma virada de jogo! “Quando não consigo chamar a atenção do meu quarterback para mudar uma jogada, as equipes que podem ouvir têm a vantagem de gritar instruções. Se o jogador não está olhando para mim ou está longe, ficamos presos na jogada chamada, o que pode gerar erros desnecessários”, comentou Goldstein em uma entrevista. Agora, com o capacete, essas jogadas podem ser alteradas instantaneamente, sem a necessidade de atenção visual.

Esse avanço na comunicação esportiva me faz refletir sobre minha própria trajetória. Estou inserido no mercado esportivo há mais de 22 anos. Nos últimos quatro anos, como empreendedor de tecnologia para o esporte, mergulhei no mundo do venture capital com a minha empresa, a Esporte Educa, que foi eleita a maior inovação esportiva do Brasil em 2022. Com esse reconhecimento, fui representar nosso país em Dubai e na Alemanha. Nesses eventos, tive a oportunidade de expor nas maiores feiras de tecnologia do mundo, conversar com hubs e fundos árabes e conhecer novas ideias que estão revolucionando o setor Tech Esportivo.

Além disso, em 2023, ganhamos o Prêmio Sou do Esporte como a melhor tecnologia aplicada ao esporte. Como embaixador das startups de esporte do Arena Hub, o maior hub da América Latina para o setor, estou sempre em contato com diversas ideias emergentes, acompanhando de perto como a educação e a tecnologia estão transformando o esporte. 

O que muitos não sabem é que a Esporte Educa surgiu dentro da Faculdade Rio Branco, em São Paulo, onde criei um projeto social que distribuiu mais de 135 bolsas de estudo no esporte. Foi nessa mesma instituição que tive meu primeiro contato com o Centro de Educação para Surdos Rio Branco, referência em educação bilíngue para surdos no Brasil. Ver de perto como essa inclusão transformava a experiência acadêmica dos alunos com deficiência auditiva, me ajudaram a entender o poder da inclusão social e o impacto que ela pode ter, tanto na educação quanto no esporte.

Hoje, ao ver a NCAA aprovar o uso do capacete digital desenvolvido pela AT&T e Gallaudet, sinto que várias vertentes da minha trajetória se encontram de maneira muito especial. Esporte, tecnologia, educação e inclusão social, todos os elementos que tenho estudado e promovido ao longo dos últimos anos, estão convergindo de forma concreta. O que mais me inspira é ver que o esporte pode ser um terreno fértil para unir diferentes áreas e promover transformações profundas. A NCAA, a maior liga esportiva para estudantes do mundo, sempre foi uma referência para a Esporte Educa no desenvolvimento do nosso modelo de negócio, e ver a aprovação desse capacete pela maior liga estudantil do mundo, que tem faturamento superior a diversas ligas profissionais, é mais um ponto que reforça a importância da inclusão no esporte.

A inovação não se limita ao futebol americano e muito menos ao esporte. O capacete digital com 5G é um exemplo de como a tecnologia pode ser usada para derrubar barreiras de comunicação em diversas áreas, desde ambientes de trabalho até emergências, onde a precisão nas informações é vital. Para o esporte, essa tecnologia não representa uma vantagem competitiva, mas uma prova de que todos podem competir em pé de igualdade, onde o talento e a habilidade definem o sucesso, não as limitações físicas.

Você está acompanhando as novas tecnologias que estão transformando o esporte? Se ainda não, agora é o momento de prestar atenção, porque o jogo, literalmente, está mudando. Estamos testemunhando o futuro não apenas do esporte, mas de uma sociedade mais inclusiva, acessível e conectada. A revolução tecnológica já está em campo, e o impacto será profundo. Prepare-se, porque o esporte como o conhecemos e a sociedade nunca mais serão os mesmos.

Quer saber mais sobre as próximas grandes tendências tecnológicas? Fique ligado na minha coluna. Até breve, caro leitor! 

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