Apesar de uma forte evolução dos esportes femininos, é inegável que os ambientes esportivos ainda não se tornaram espaços confortáveis e seguros para torcedoras. De acordo com a organização britânica Kick It Out, mais da metade do público feminino já foi vítima de sexismo em partidas de futebol.
Buscando combater o sexismo e a misoginia no futebol, o estudo apontou que 52% das torcedoras já sofreram com comportamentos ou linguagens sexistas em dias de jogo. A maioria das 1.502 mulheres e não-binários entrevistadas pela organização (85%) afirmou nunca terem denunciado situações que consideraram sexistas e misóginas.
O levantamento segue destacando que seis em cada dez (60%) mulheres afirmam ter ouvido que comportamentos sexistas eram apenas “brincadeira”. Questionamento sobre o conhecimento das regras, assobios, importunação e assédios, são algumas das situações apontadas. Já grupos minoritários, LGBTQIA+, deficientes e jovens possuem uma tendência maior a passar por situações sexistas.
Para 43% das entrevistas, estádios não fornecem instalações que permitam uma experiência inclusiva.
“Temos visto relatos de sexismo no Kick It Out aumentar significativamente nas últimas temporadas. Os relatos incluem mulheres nos contando sobre ouvir cânticos sexistas e obscenos em partidas, tendo suas opiniões rejeitadas ou questionadas simplesmente por causa de seu gênero”, comentou Hollie Varney, diretora de operações da Kick It Out.
Por outro lado, o estudo mostrou também uma evolução. Torcedoras notaram uma mudança positiva em sua experiência nos dias de jogo, com 40% destacando melhora.
“Houve exemplos nas últimas temporadas em que os clubes tomaram medidas positivas e decisivas para lidar com comportamento sexista, como proibições, prisões e encaminhamentos para a equipe de Educação de torcedores do Kick It Out. Mas está claro pela pesquisa que os clubes e órgãos governamentais precisam fazer mais para construir confiança com as mulheres torcedoras”, finalizou Hollie.