Coluna

3 passos para alavancar o engajamento nas redes sociais de instituições esportivas

O consumo de conteúdo migrou para plataformas como YouTube, Instagram e Twitch, transformando a forma como os torcedores se conectam com seus clubes

3 passos para alavancar o engajamento nas redes sociais de instituições esportivas

29 de outubro de 2024

6 minutos de Leitura

Adalberto Generoso
Adalberto Generoso
CoFundador e CEO da Yapoli, empreendedor serial com mais de 10 anos de experiência em tecnologia, marketing e digital e vencedor de 3 Cannes Lions.

No passado, a TV e o rádio desempenharam um papel fundamental na disseminação do futebol por todo o país, o que foi crucial para clubes como Flamengo, Corinthians, Palmeiras, Grêmio e Internacional conquistarem torcedores de diferentes partes do território brasileiro.

Mas hoje, o cenário é completamente diferente. O consumo de conteúdo esportivo migrou para plataformas digitais, como YouTube, Instagram e Twitch, transformando a forma como os torcedores se conectam com seus clubes. Agora, a responsabilidade de engajar essa nova geração de fãs está nas mãos das próprias instituições, que precisam estar presentes e ativas nas redes sociais, os canais mais acessados pelo público.

Com isso, nos dias de hoje, o sonho de qualquer clube esportivo é se destacar nessas plataformas, construindo uma comunidade apaixonada e engajada, que não apenas reflita a lealdade de sua base de torcedores, mas também contribua para atrair novos fãs. 

Nesse contexto, o engajamento dos fãs no Instagram, TikTok e X, por exemplo, é resultado de uma comunicação eficaz, que conecta a história da instituição com as tendências e expectativas do público atual.

Ou seja, é simples, se a história do clube não estiver clara e acessível para as pessoas, elas não irão engajar. Mas como fazer para isso acontecer? 

Integração entre comunicação e acervo histórico

O segredo para clubes de futebol, federações ou confederações alavancarem seus números de seguidores, comentários, curtidas e compartilhamentos nas redes é ressaltar conquistas e figuras icônicas que marcaram suas trajetórias — sejam eventos recentes ou histórias de longa data. São essas narrativas que evocam emoções e criam uma conexão duradoura com o público.

As pessoas adoram reviver partidas icônicas, gols inesquecíveis, cestas decisivas e jogadas memoráveis. O esporte tem uma beleza única, que provoca emoções humanas de forma espontânea e genuína. Afinal, torcemos de graça. E essa emoção é um dos elementos mais poderosos para o engajamento. Vimos isso nas Olimpíadas de Paris 2024 com figuras como Rebeca Andrade, na ginástica, e Rafaela Silva, no judô. Um outro exemplo dessa dinâmica é o Flamengo, que conseguiu construir uma base massiva de torcedores ao longo de décadas. 

Ao observar esses casos, fica evidente que a chave para criar conexão entre história e engajamento está na integração entre os setores de comunicação, marketing e patrimônio histórico das instituições esportivas. É necessário que essas áreas trabalhem juntas para construir o legado dos futuros torcedores.

Para engajar o público nas redes sociais, a área de comunicação de um clube precisa estar preparada e organizada como uma linha de produção eficiente. Não basta apenas postar conteúdo de forma aleatória: é preciso que a história da instituição esteja acessível e bem documentada, para que possa ser usada de forma estratégica e contínua.

Esse processo entre comunicação e acervo histórico é cíclico: o que é gerado hoje se tornará história, e a história será utilizada para futuras comunicações. Grandes clubes, como o Flamengo, entenderam isso e construíram uma estrutura robusta que possibilita essa continuidade. 

O investimento inicial pode ser alto, mas o retorno é evidente. Hoje, o Flamengo é o clube com a maior receita anual do Brasil, justamente porque soube valorizar sua história e sua comunicação.

Centralização de conteúdo

Com isso, entramos em um outro ponto crucial: a centralização do conteúdo. É essencial que todos os fotógrafos, videomakers e outros profissionais envolvidos em conteúdo tenham seus materiais armazenados em uma única plataforma, que seja de fácil acesso para a equipe de comunicação. Muitas vezes, fotógrafos mantêm imagens valiosas do clube em seus próprios hard drives, o que impede que esses arquivos sejam aproveitados ao máximo.

Isso precisa mudar. O clube deve ser o detentor de seu acervo, e não os indivíduos que capturam os momentos. Criar uma metodologia de trabalho padronizada, onde todos os envolvidos no processo de criação de conteúdo tenham um fluxo organizado para depositar suas imagens e vídeos em uma fonte única, elimina ineficiências e permite que o clube tenha controle sobre sua história.

Estruturação de uma equipe de comunicação eficiente

O que nos traz ao terceiro ponto: uma comunicação bem-sucedida exige uma equipe estruturada, capaz de produzir conteúdos relevantes de forma constante e organizada. 

Mas não se trata apenas de postar sobre os jogos, mas de compartilhar o dia a dia do clube, mostrar os bastidores, os treinos e as interações entre os jogadores. Isso inclui também as diversas modalidades e categorias da instituição, ampliando o alcance da comunicação.

Nesse sentido, uma plataforma de gestão de ativos digitais (DAM) funciona como uma ferramenta centralizadora, que não apenas armazena, mas organiza, cataloga e permite o fácil acesso a todo o conteúdo digital da instituição esportiva. Isso garante que a equipe de comunicação tenha à disposição todos os vídeos, imagens e documentos históricos de forma imediata, sem perder tempo em buscas manuais ou depender de terceiros para localizar materiais importantes. Além disso, um sistema DAM assegura que os ativos sejam utilizados de maneira eficiente e consistente em diferentes campanhas, mantendo a identidade visual e a narrativa da marca coesas.

Por exemplo, ao utilizar uma plataforma DAM, os clubes podem automatizar o fluxo de trabalho de publicação, garantindo que fotos de jogos, vídeos de momentos históricos e outros materiais estejam sempre prontos para serem reutilizados em futuras ações de marketing e engajamento. Isso contribui para o fortalecimento da conexão emocional dos torcedores com a história e os valores da instituição, enquanto otimiza a gestão de conteúdo para futuros usos.

Seguindo essas três medidas, a instituição esportiva estará em outro patamar na competição por engajamento nas redes sociais. Ou seja, fazer o básico bem feito é o primeiro passo para alcançar o nível de clubes como o Flamengo. Não é necessário depender exclusivamente de tecnologias de ponta, mas sim garantir uma comunicação contínua, alinhada com a história da instituição e acessível em todas as plataformas onde os torcedores estão presentes.

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