Coluna

A nova era do basquete brasileiro: sucessos, desafios e oportunidades

A classificação da seleção masculina para os Jogos de Paris e o crescente engajamento dos fãs, fez o esporte da bola laranja ganhar ainda mais força para ocupar seu lugar de destaque no cenário nacional

A nova era do basquete brasileiro: sucessos, desafios e oportunidades
Foto: Hendrik Osula/FIBA

10 de outubro de 2024

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Felipe Joseph
Felipe Joseph
Felipe Joseph é Coordenador de Relações Esportivas da Penalty e possui mais de 19 anos de experiência em marketing, publicidade e promoção.

O basquete brasileiro vive um momento incrível em 2024, mostrando uma força e resiliência impressionantes. A classificação inesperada da seleção masculina para as Olimpíadas de Paris e o crescente engajamento dos fãs, fez o esporte da bola laranja ganhar ainda mais força para ocupar seu lugar de destaque no cenário nacional.

Por isso, estreando nas quadras da coluna do MKT Esportivo, eu fiz questão de, nesse artigo, além de agradecer a oportunidade de falar sobre uma modalidade que tenho um carinho especial, explorar como o basquete tem evoluído nos últimos anos, falar sobre os desafios enfrentados e as perspectivas para o futuro.

Cresci em uma família que sempre promoveu a atividade física e a prática esportiva, o que me levou a escolher uma carreira no marketing esportivo. Sempre em busca de novos desafios, me vi envolvido no mundo da bola laranja.

Por falar em desafios, no esporte, e especialmente no basquete, essa palavra é constante, e acredito que a grande maioria dos atletas e profissionais gosta de enfrentá-la. Esse espírito de superação está no DNA do basquete brasileiro e foi exatamente o que vimos em 2024.

Basta recordarmos que, num passado não tão distante, nossas seleções eram destaque nas principais disputas internacionais. No entanto, em um cenário global altamente competitivo, o desafio de 2024 era gigantesco: classificar para as Olimpíadas de Paris.

Ainda que a seleção feminina tenha lutado bravamente, não conseguiu a vaga olímpica. Já a seleção masculina, mesmo num cenário extremamente duro e surpreendendo parte da comunidade basqueteira, conseguiu um feito impressionante: no dia 07 de julho de 2024, na final do Pré-Olímpico, o time do Brasil garantiu sua vaga com uma vitória expressiva sobre a Letônia, 94 a 69, dentro da casa dos adversários.

Com a vaga conquistada, foi assim que as olímpiadas ganharam um gosto especial para os fãs brasileiros, que acompanharam o time enfrentar as melhores equipes do mundo, trazendo um gosto especial para os torcedores. Foram 1.078.319 espectadores nos ginásios dos jogos de basquete feminino e masculino, consolidando o esporte como uma grande atração.

Apesar das críticas, o Brasil jogou bem e mostrou que tem potencial de público. Apenas para se ter uma ideia, em 2024, mais de 49,2 milhões de brasileiros assistiram aos jogos de basquete pelas plataformas do Grupo Globo (Fonte: Lance), um número que reflete o poder de exposição da modalidade.

Esse tipo de visibilidade é essencial para fortalecer o esporte, atrair novos patrocinadores e criar oportunidades para as próximas gerações.

Sim, a reconstrução do basquete nacional já conta com capítulos importantes. Analisando o histórico recente, os principais fatores que trouxeram essa nova cara ao basquete brasileiro são:

  • Problemas de gestão (2000-2007): Um período de pessimismo (ficamos 16 anos seguidos sem ir para as Olimpíadas) foi superado por uma reformulação significativa a partir de 2008, que reorganizou a estrutura do esporte;
  • Criação da Liga Nacional de Basquete: Com a parceria do Grupo Globo por um período inicial pré-estabelecido, o Novo Basquete Brasil (NBB) foi criado como um produto de entretenimento de alto nível;
  • Chegada da NBA no Brasil (2012): A presença local da liga americana e sua equipe de profissionais intensificou o contato dos jovens brasileiros com o basquete;
  • Mentalidade de consumo da NBA: A NBA se posicionou no Brasil como uma organizadora de eventos de experiências. Ampliando sua influência e sendo cada vez mais consumida pelos brasileiros;
  • Ampliação da oferta de transmissões e conteúdos digitais: a oferta de transmissões e o surgimento de influenciadores e empresas especializadas fortaleceram o basquete no cenário do marketing esportivo;
  • Reformulação da gestão da Confederação da Brasileira de Basquete: uma gestão mais eficaz começou a promover o desenvolvimento do esporte de forma mais assertiva.
  • Copas Intercontinentais: Equipes brasileiras voltaram a conquistar títulos. Flamengo foi campeão em 2012 e 2022 e o Franca conquistou o mundo em 2023. Antes disso, somente o Esporte Clube Sírio havia obtido esse título em 1979.

Momento atual do basquete brasileiro

Estrear essa minha coluna em outubro foi uma feliz coincidência por ser um mês movimentado para o basquete. A NBA volta para às telas dos milhares de fãs e, aqui no Brasil, também ocorrem as finais do campeonato Paulista, esse ano entre Sesi Franca e Farma Conde São José Basketball.

Vale aqui ainda ressaltar a comemoração do centenário da Federação Paulista de Basketball em abril deste ano. São 100 anos fomentando o basquete no estado mais expressivo da modalidade.

Como a competição Estadual em São Paulo é muito tradicional e conta com 8 equipes que disputam o NBB, a Liga Nacional de Basquete promoveu o Torneio de Abertura do NBB, realizado em Brasília, no qual o Minas Tênis Clube sagrou-se campeão dia 04/10/24. Essa iniciativa visa a pré-temporada das equipes fora de São Paulo, de forma que o máximo de times cheguem com ritmo para o NBB CAIXA 24/25. No dia 12 de outubro (Dia das Crianças e do basquete) também será o início do NBB, com 18 equipes e a promessa de ser uma das temporadas mais competitivas de todas.

Basquete brasileiro: um espetáculo!

Tenho uma convicção muito clara: o basquete é, na sua essência, um esporte de espetáculo. Ele carrega consigo um conjunto de diferenciais que o tornam um produto poderoso de entretenimento. Nos últimos anos, o esporte no Brasil tem se tornado mais profissional, e isso reflete diretamente no basquete.

Desde os grandes movimentos esportivos da Copa do Mundo (2014) e Olimpíadas (2016) no Brasil, o interesse por esse mercado aumentou. Mais redes de negócios se desenvolveram e continuam atuando nesse segmento. Naturalmente muitos dos projetos, empreendimentos e empresas criadas por conta desses eventos acabaram não conseguindo dar tração e continuidade nos negócios. Mas o saldo é fortemente bem aproveitado.

E os resultados de projetos esportivos, patrocínios no basquete e engajamento dos fãs vem crescendo e ganhando maior protagonismo

Fãs declarados por NBA no Brasil (milhões)

Fonte: Kantar Ibope Media

Aproveitando a oportunidade, já deixo aqui uma dica para esse fim de semana: O NBB CAIXA 2024/25 começa com o Clássico dos Milhões: R10 Score Vasco da Gama e Flamengo jogam dia 12 de outubro, sábado, às 17h, no ginásio do Tijuca Tênis Clube, no Rio de Janeiro.

Haverá transmissão simultânea na TV Cultura, ESPN, SporTV e YouTube do NBB. Te convido a não ficar de fora dessa.

Saudações basquetebolísticas. Voltamos em breve!

Felipe Joseph é Coordenador de Relações Esportivas da Penalty e possui mais de 19 anos de experiência nos setores de marketing, publicidade e promoção. Com formação em Publicidade e Propaganda, MBA em Gestão Esportiva e especialização em Marketing Digital, ele acumulou um portfólio sólido de atuações em agências e empresas de capital abertas no competitivo setor imobiliário, onde adquiriu expertise estratégica e operacional.

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