A FIFA fará adaptação em seu regulamento de transferências, visando o cumprimento das leis europeias de mercado. Após caso envolvendo Lass Diarra, a maior entidade do futebol foi julgada pelo Tribunal de Justiça da União Europeia e reconheceu derrota.
Em 2014, Diarra rescindiu acordo com o Lokomotiv Moscou, da Rússia, e o Tribunal Arbitral do Esporte o condenou a pagar € 10,5 milhões como compensação. Com isso, o atleta foi prejudicado e ficou sem clube por meses, até chegar a um acordo com o Charleroi, da Bélgica, que não avançou no negócio após ser obrigado a pagar a indenização ao time russo.
No regime atual, em vigor desde 2001, é previsto que a nova equipe pague multa ao time anterior. Como o Charleroi se recusou o acerto da indenização, a entidade não autorizou a transferência, e Diarra ficou contrato até 2015, quando fechou com o Olympique de Marselha.
A decisão, que foi tomada em 4 de outubro, dá razão a Diarra, por considerar que o atual regulamento impede a livre circulação de jogadores profissionais em um novo clube dentro dos limites da União Europeia
A modificação é vista como um avanço no sistema de transferências no futebol. Sendo assim, outros jogadores que foram prejudicados pela norma também poderão recorrer.
Como consequência, exemplos semelhantes ao de Lassana Diarra devem se tornar raros. Analisando de forma abrangente, projeta-se a perda de força dos clubes em negociações de contrato e transferências.
Apesar disso, jogadores e seus representantes ganharão mais poder, existindo o receio de que mais acordos sejam quebrados e que agremiações sejam prejudicadas com a mudança, já que vários times, principalmente da Europa, utilizam as movimentações de mercado para se manter financeiramente.
“A deliberação no caso de Lass Diarra obriga à revisão de vários elementos do documento, a fim de alinhar o Regulamento sobre o Estatuto e a Transferência de Jogadores com a Lei europeia. Entendemos esta situação como a oportunidade de continuarmos a modernizar os regulamentos”, comentou Emilio García Silvero, diretor jurídico da FIFA.
“Todos os jogadores profissionais que foram afetados por essas regras ilegais, podem buscar compensação por suas perdas. Estamos convencidos de que esse “preço a pagar” por violar as leis da UE vai, enfim, forçar a Fifa a se enquadrar e acelerar a modernização de sua governança”, afirmaram Jean-Louis Dupont e Martin Hissel, advogados de Diarra.