Atlético Mineiro e Botafogo fazem a final da Libertadores neste sábado (30) em modelos de gestão semelhantes: ambos os clubes se transformaram em Sociedades Anônimas do Futebol, as SAFs, modelo instituído pelo Governo aos times a partir de 2018. A história recente das duas agremiações, no entanto, tem diferenças significativas.
O Galo se transformou a partir da compra de suas ações pelos 4R’s (Ruben e Rafael Menin, Renato Salvador, e Ricardo Guimarães), empresários donos do clube. Já o Glorioso foi um dos primeiros a adotar o modelo SAF na elite do futebol brasileiro quando John Textor comprou 90% das ações da sociedade anônima em março de 2022 com aporte de R$ 400 milhões. Hoje, o Fogão faz parte de um portfólio que conta com alguns clubes espalhados pelo mundo.
Em comum, além de um investimento que ultrapassou a casa de R$ 1 bilhão, a gestão de duas grandes dívidas do futebol brasileiros (R$ 1,301 bilhão x R$ 998 milhões), com resultados expressivos dentro de campo. Hoje, Atlético e Botafogo assumem papéis de protagonismo no futebol brasileiro. O que, claro, levanta a questão do peso da transformação em SAF.
“Obviamente, a mudança de patamar do Botafogo se deve ao fator John Textor. Já o Atlético, ainda é resultado do grupo que assumiu o controle do clube antes da transformação em SAF. Para afirmarmos que esse sistema é um sucesso, pensando exclusivamente nos anseios do torcedor, ainda é muito cedo, pois poderemos conviver com alegrias e frustrações”, afirmou Paulo Calçade, comentarista da ESPN, em entrevista ao MKTEsportivo.
De qualquer maneira, os dois investidores chegaram aos clubes quando esses viviam situação delicada. Em 2022, John Textor chegou à equipe com a promessa de investimentos de R$ 400 milhões, que aliviaram a dívida superior a R$ 1 bilhão da equipe.
“Para um clube que havia perdido relevância nos campeonatos, como o Botafogo, hoje é só alegria”, acrescentou Calçade.
No Atlético, a dívida era ainda mais alta, passando dos R$ 2 bilhões. No entanto, a Galo Holding, que assumiu o projeto em 2023, já tinha um longo envolvimento com o clube. Seus sócios, Rubens e Rafael Menin e Ricardo Guimarães, donos de empresas como MRV e BMG, patrocinadores da agremiação havia mais tempo.
Fato é que os grandes investimentos possibilitaram uma decisão de Libertadores envolvendo dois grandes clubes.