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Pilotos da F1 se unem para criar perfil nas redes sociais para questionar cobranças da FIA

Na primeira publicação nas redes sociais, o grupo emitiu comunicado questionando as exigências do presidente da entidade

Pilotos da F1 se unem para criar perfil nas redes sociais para questionar cobranças da FIA
Foto: Edmund So/Eurasia Sport Images/Getty Images

08 de novembro de 2024

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No último final de semana, foi criada conta para a Associação de Pilotos de Grande Prêmio (GPDA) da Fórmula 1, durante o GP de São Paulo.

Na primeira publicação nas redes sociais, o grupo emitiu comunicado questionando as cobranças feitas pelo presidente da Federação Internacional do Automobilismo (FIA), Mohammed ben Sulayem.

Recentemente, houve polêmica por conta da entidade punir o uso de palavrões em coletivas de imprensa e durante a comunicação com as equipes pelo rádio do carro, durante as provas.

A polêmica teve início na véspera do GP de Singapura, onde ben Sulayem condenou a utilização da linguagem pelos pilotos, alegando que eles “não são rappers”.

Protagonistas no caso, Lando Norris e Max Verstappen se posicionaram contra a intenção da entidade regular o que é dito pelos pilotos. Já Lewis Hamilton, criticou o dirigente pela declaração com teor racial, considerando que a maior parte dos rappers são negros.

No mesmo fim de semana, Verstappen foi punido com o cumprimento de serviços comunitários por ter dito um palavrão para referir-se ao seu carro em coletiva. Em protesto, o holandês respondeu as perguntas quase que de forma monossilábica nas entrevistas após a classificação.

Em outro caso, na etapa do México, Charles Leclerc também falou um palavrão na coletiva pós-prova, fato que passou ileso até a sexta-feira do GP de São Paulo. Como consequência, o monegasco foi convocado pelos comissários e foi multado em £ 7,7 mil, cerca de R$ 54 mil.

Outra regra polêmica, criada em 2004 e mencionada na nota pelos pilotos, remete a 2022, primeiro ano da gestão de ben Sulayem na FIA, porém, pensada por Niels Wittich, então diretor de provas da F1.

A norma proibia o uso de joias por parte dos pilotos durante as corridas e, ainda, incluía a fiscalização das roupas íntimas usadas pelos competidores, que deveriam ser à prova de fogo. A medida foi reforçada em abril daquela temporada, sendo criticada por Hamilton, Sebastian Vettel, Pierre Gasly e Kevin Magnussen.

Confira a nota na íntegra

“Declaração da GPDA sobre ‘Má conduta de pilotos’

Como acontece em todos os esportes, os competidores devem acatar a decisão do júri, quer gostem ou não, quer concordem ou não com ela. É assim que o esporte funciona. Os pilotos (nossos membros) não são diferentes e entendem isso perfeitamente.

Nossos associados são pilotos profissionais que correm na Fórmula 1, o auge do automobilismo internacional. Eles são os gladiadores e, a cada fim de semana de corrida, fazem um grande espetáculo para os fãs.

Com relação aos palavrões, há uma diferença entre os palavrões com intenção de insultar os outros e os palavrões mais casuais, como os que podem ser usados para descrever o mau tempo ou mesmo um objeto inanimado, como um carro de Fórmula 1, ou uma situação de pilotagem.

Pedimos ao presidente da FIA que também considere seu próprio tom e linguagem ao falar com nossos pilotos membros, ou mesmo sobre eles, seja em um fórum público ou não. Além disso, nossos membros são adultos e não precisam receber instruções pela mídia sobre assuntos tão triviais como o uso de joias e cuecas.

A GPDA expressou, em inúmeras ocasiões, sua opinião de que as multas em dinheiro dos pilotos não são apropriadas para o nosso esporte. Nos últimos três anos, pedimos ao presidente da FIA que compartilhasse os detalhes e a estratégia sobre como as multas financeiras da FIA são alocadas e onde os fundos são gastos.

Também transmitimos nossas preocupações sobre a imagem negativa que as multas financeiras trazem para o esporte. Mais uma vez, solicitamos que o presidente da FIA ofereça transparência financeira e um diálogo direto e aberto conosco.

Todas as partes interessadas (FIA, F1, as equipes e a GPDA) devem determinar em conjunto como e onde o dinheiro é gasto para o benefício do nosso esporte.

A GPDA deseja colaborar de forma construtiva com todas as partes interessadas, incluindo o presidente da FIA, para promover nosso grande esporte em benefício de todos que trabalham nele, pagam por ele, assistem a ele e, na verdade, o amam. Estamos fazendo a nossa parte.

Com os melhores cumprimentos,
Os diretores e o presidente da GPDA em nome dos pilotos de Grande Prêmio.

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