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Com sede na Arábia Saudita, Copa do Mundo de 2034 deve se tornar potência comercial

O reino, que tem se fortalecido por meio de patrocínios esportivos, foi oficialmente confirmado como sede do torneio nesta semana

Com sede na Arábia Saudita, Copa do Mundo de 2034 deve se tornar potência comercial
Foto: Divulgação

14 de dezembro de 2024

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Na última quarta-feira, a FIFA definiu os países que sediarão as copas de 2030 e 2034. O torneio de 2030 será na na Espanha, Portugal e Marrocos, enquanto o de 2034 acontecerá na Arábia Saudita. A escolha do reino para a competição já estava praticamente confirmada, já que foi o único a se candidatar mesmo com críticas e boicotes por conta das violações de direitos humanos.

Diante da escolha da entidade, a Arábia Saudita tem se mostrado focada em seus negócios e patrocínios no âmbito esportivo. O país possui mais de 900 patrocínios no esporte, dos quais 94 são específicos para o futebol, como o da Aramco que tem acordo com a Copa do Mundo de 2026 e Copa Feminina de 2027.

O reino tem implementado estratégias voltadas para melhorar sua imagem global, utilizando o esporte como ferramenta de influência geopolítica, principalmente com o futebol. Além disso, o país tem ao todo 48 acordos com nações individuais, além de negócios com as Confederações de Futebol Africana e da Oceania.

Os esforços começaram com maior força em 2023, quando o país anunciou a contratação de astros que atuavam no futebol europeu, como Cristiano Ronaldo, Karim Benzema, N’Golo Kanté, Sadio Mané e Neymar para a Saudi Pro League. A partir disso, diversas modalides passaram a contar com investimento saudita, como o tênis, golfe, eSports e a já FIFA. Desde 2021, o reino saudita investiu US$ 6 bilhões em esportes.

“O aumento acentuado nos investimentos e parcerias estratégicas diz muito sobre as ambições da Arábia Saudita e sua crescente influência no esporte internacional”, disse Stanis Elsborg, um dos autores do estudo que mapeou os 910 patrocínios sauditas no esporte.

Vale lembrar que a última Copa, sediada no Catar, também foi alvo de debates e críticas envolvendo questões de direitos humanos no país. A Arábia Saudita, reino que aplica a pena de morte e limita fortemente a liberdade de expressão, já realiza diversos eventos esportivos internacionais e é frequentemente acusada de sportwashing.

No início de novembro, a organização não governamental defensora de direitos humanos Amnesty International criticou a FIFA e o país.

“Ao ignorar as evidências claras de graves riscos aos direitos humanos, a Fifa provavelmente assumirá grande responsabilidade pelas violações e abusos que ocorrerão na próxima década. Reformas fundamentais dos direitos humanos são urgentemente necessárias na Arábia Saudita, ou a Copa do Mundo de 2034 será inevitavelmente manchada pela exploração, discriminação e repressão”, disse o grupo.

FIFA, por outro lado, destaca avanços da Arábia Saudita em direitos humanos

No relatório de avaliação de candidatura, a Arábia Saudita foi elogiada pela organização pelos esforços do país em relação aos direitos humanos.

A candidatura do Reino Saudita, aliás, recebeu uma pontuação técnica de 4,2 de 5, resultado superior ao da candidatura conjunta entre Estados Unidos, Canadá e México para 2026. A FIFA avaliou o nível de risco relativo ao respeito pelos direitos humanos como “médio”.

“O trabalho considerável e o nível de comprometimento concreto demonstrado pela candidatura e suas principais partes interessadas, juntamente com a taxa demonstrável de progresso e o horizonte de tempo de 10 anos, são fatores atenuantes a serem considerados, enquanto também há oportunidades significativas para a candidatura contribuir para impactos positivos mais amplos nos direitos humanos na Arábia Saudita sob a égide da Visão 2030 do país”, disse a FIFA.

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