O Congresso da FIFA deste ano irá definir oficialmente os países-sede das Copas do Mundo de 2030 e 2034. O evento acontecerá no dia 11 de dezembro. No relatório de avaliação de candidatura, a Arábia Saudita – única concorrente para a edição de 2034 – foi elogiada pela organização pelos esforços do país em relação aos direitos humanos.
A candidatura do Reino Saudita, aliás, recebeu uma pontuação técnica de 4,2 de 5, resultado superior ao da candidatura conjunta entre Estados Unidos, Canadá e México para 2026. A FIFA avaliou o nível de risco relativo ao respeito pelos direitos humanos como “médio”.
“O trabalho considerável e o nível de comprometimento concreto demonstrado pela candidatura e suas principais partes interessadas, juntamente com a taxa demonstrável de progresso e o horizonte de tempo de 10 anos, são fatores atenuantes a serem considerados, enquanto também há oportunidades significativas para a candidatura contribuir para impactos positivos mais amplos nos direitos humanos na Arábia Saudita sob a égide da Visão 2030 do país”, disse a FIFA.
“Há um potencial significativo para a competição servir como catalisador para reformas em curso e futuras, e contribuir para impactos positivos além da competição nos direitos humanos para o povo da Arábia Saudita e dos países vizinhos”, acrescentou a entidade.
Vale lembrar que a última Copa, sediada no Catar, também foi alvo de debates e críticas envolvendo questões de direitos humanos no país. O Globo destaca que a Arábia Saudita, reino que aplica a pena de morte e limita fortemente a liberdade de expressão, já realiza diversos eventos esportivos internacionais e é frequentemente acusada de “sportwashing”.
No início de novembro, a organização não governamental defensora de direitos humanos Amnesty International criticou a FIFA e o país.
“Ao ignorar as evidências claras de graves riscos aos direitos humanos, a Fifa provavelmente assumirá grande responsabilidade pelas violações e abusos que ocorrerão na próxima década. Reformas fundamentais dos direitos humanos são urgentemente necessárias na Arábia Saudita, ou a Copa do Mundo de 2034 será inevitavelmente manchada pela exploração, discriminação e repressão”, disse o grupo.