O Manchester United optou por não participar de uma campanha em apoio à comunidade LGBTQ+ antes do confronto contra o Everton, válido pela 13ª rodada da Premier League, no início de dezembro.
A ação, organizada em parceria com a adidas, previa que os jogadores utilizassem jaquetas temáticas do projeto Rainbow Laces, símbolo de apoio à diversidade promovido pelo Campeonato Inglês. A decisão ocorreu após o defensor Noussair Mazraoui, que é muçulmano, declarar que não usaria o uniforme devido a suas convicções religiosas. A informação foi divulgada pelo portal The Athletic nesta quarta-feira (4).
A decisão do Manchester United foi tomada com o objetivo de evitar que Mazraoui se destacasse negativamente por sua recusa. O jogador, que chegou ao clube em agosto de 2024 vindo do Bayern de Munique por £ 15 milhões (cerca de R$ 115 milhões), explicou sua posição religiosa aos companheiros de equipe. Em um gesto de solidariedade, o time decidiu não usar as jaquetas, mas a escolha gerou descontentamento entre alguns atletas, que esperavam participar da ação como forma de apoiar a diversidade.
Nos últimos anos, o Manchester United tem se destacado por diversas ações em prol da comunidade LGBTQ+. Em 2019, o clube fundou o grupo Rainbow Devils, voltado para apoiar e incluir torcedores independentemente do gênero ou do sexo. Além disso, lançou campanhas durante a iniciativa Rainbow Laces, nos quais jogadores como Jonny Evans e Harry Maguire discutiram temas de inclusão com fãs. O capitão Bruno Fernandes também reforçou, em uma dessas ações, a importância de respeitar e acolher todos os torcedores.
A adidas, patrocinadora do Manchester United, expressou descontentamento com a decisão do clube de não participar da campanha pró-LGBT. O contrato entre as partes, avaliado em £ 900 milhões (próximo de R$ 7 bilhões) por 10 anos, reforça a importância do apoio à causa. Apesar da repercussão, o United reafirmou seu compromisso com a promoção da diversidade.
Em comunicado ao The Athletic, o clube destacou seu apoio contínuo ao grupo Rainbow Devils e às iniciativas contra a discriminação, ressaltando também a necessidade de equilibrar esses valores com o respeito às crenças individuais de seus jogadores.
Por razões ligadas à sua fé muçulmana, Sam Morsy, capitão do Ipswich Town, também optou por não usar a braçadeira de capitão com as cores do arco-íris. A decisão segue a mesma linha de outros atletas que justificaram escolhas semelhantes com base em convicções religiosas.