A Portuguesa, que teve sua SAF aprovada pelos sócios em novembro de 2024, enfrenta sérias dificuldades financeiras e entrou com um pedido de recuperação judicial. O processo foi protocolado na Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca de São Paulo na quinta-feira (12). Com dívidas que totalizam R$ 517 milhões, o clube busca, por meio deste recurso legal, reestruturar suas finanças e retomar sua estabilidade econômica.
A crise financeira da Lusa é reflexo de um histórico de dívidas acumuladas em diferentes categorias ao longo dos anos. Aproximadamente R$ 140 milhões do montante total estão relacionados a pendências trabalhistas, sobretudo envolvendo atletas e ex-atletas. A situação se deteriorou ainda mais após o rebaixamento no Campeonato Brasileiro de 2013, seguido por uma sequência de quatro quedas consecutivas em quatro anos, que levou a equipe à Série D.
Os advogados Eduardo Munhoz, Ana Gonçalves e Gabriela Santos, que representam a Portuguesa no processo, destacaram que a crise financeira foi intensificada pela pandemia. As receitas geradas pelo uso do Estádio do Canindé, uma importante fonte de recursos para o time paulista, sofreram uma queda significativa durante o período.
“Isso colocou uma pá de cal nas tentativas de soerguimento. As dívidas do clube passaram a ser inadimplidas e a Lusa começou a enfrentar uma sucessão de penhoras e constrições em seus ativos. Diante disso, o equacionamento do passivo e reequilíbrio do caixa do clube tornaram-se praticamente impossíveis”, afirma a petição.
A recuperação judicial é considerada uma medida fundamental para que a Portuguesa possa superar a grave crise financeira e garantir a continuidade de suas operações. Caso o pedido seja aprovado, todas as penhoras e execuções contra a equipe serão suspensas, e um administrador judicial será designado para acompanhar o processo. Os paulistas terão um prazo de 60 dias, a partir da publicação da decisão, para apresentar seu plano.
Em novembro deste ano, 86% dos sócios da Portuguesa aprovaram a proposta de R$ 1 bilhão por 80% pela Sociedade Anônima de Futebol da Lusa, liderada pela XP Investimentos, Revee e Tauá Partners. Diversas aplicações serão realizadas no clube, enquanto o Canindé, que completará 69 anos em 2025, será modernizado para se tornar uma arena multiuso. Com R$ 500 milhões de investimento, o estádio terá um projeto inspirado nas arenas europeias, principalmente as de Portugal.