Em encontro realizado no auditório da Sede do Atlético, o CEO Bruno Muzzi apresentou à imprensa uma análise financeira do Galo nos últimos cinco anos, destacando três pilares: operacional, investimento em atletas e resultado financeiro. O Galo fechou o ano passado com R$ 8 milhões de superávit operacional.
Os dados referentes a 2024 ainda passarão pelo processo de auditoria, seguindo a prática usual de mercado. Dessa forma, alguns dados podem ter pequenos ajustes.
Veja os temas abordados:
Superávit operacional – A linha operacional envolve todos os custos e receitas recorrentes da atividade no qual a SAF do Atlético está inserida. Exemplos: transmissão e premiação, bilheteria, patrocínios, Galo Na Veia, Arena MRV. Ao fim de 2024, ela teve um superávit de R$ 8 milhões, algo extremamente raro nos 106 anos de história do Galo;
A receita operacional do Atlético foi de R$ 502 milhões, sendo R$ 53 milhões (pouco mais de 10%) de receitas inéditas oriundas da chegada da Arena MRV. As despesas ficaram em R$ 494 milhões, sendo R$ 379 milhões com o futebol profissional.
A folha salarial mensal do Galo foi de R$ 25 milhões, considerando atletas e comissão técnica do elenco profissional masculino, e também as premiações por performance esportiva.
“Eu preciso que o Atlético seja superavitário na operação. É o que nos dá sustentabilidade. Deixo isso como uma mensagem-chave da nossa administração”, comentou Bruno Muzzi.
Investimentos em atletas – Em 2024, o Atlético obteve R$ 155 milhões em vendas de jogadores, já incluindo nesse montante a operação que envolveu a saída do atacante Paulinho ao Palmeiras, 18 milhões de euros por 100% dos direitos, sendo que o Galo teve direito a 80%.
Com isso, a receita total do Atlético em 2024 foi de R$ 657 milhões, número recorde para o clube. Em termos de compras de atletas, foram R$ 211 milhões investidos em 2024, maior número desde 2020. Nessas últimas cinco temporadas, quase R$ 900 milhões foram gastos na formação do elenco, seja na compra de jogadores como na renovação de contratos, luvas e comissões de agentes. Importante ressaltar que nessa conta não está o valor gasto com salários dos atletas.
“Houve um investimento maior em 2020, mas eles continuaram acontecendo ao longo dessas temporadas recentes. São números relevantes. O dinheiro do Paulinho será todo reinvestido em atletas. Vamos manter o número da folha salarial elevada no futebol”, acrescentou o CEO.
Dívida do Galo – O endividamento líquido do Atlético em 2024 está na casa de R$ 1,4 bilhão, em valores que ainda serão auditados. Ela é dividida da seguinte forma: endividamento bancário (R$ 507m), Arena MRV (R$ 410 m), questões tributárias (R$ 354 m) e o capital de giro (contas a pagar menos contas a receber – R$ 129m);
Arena MRV – inaugurada em agosto de 2023, a casa do Galo gerou R$ 97 milhões de receita de bilheteria e outros R$ 11 milhões de receitas diversas em 42 jogos. Uma margem líquida de 70%, bem acima do que era contabilizado no Mineirão (41%) e Independência (32%). A média de público na Arena MRV é de 34.781 torcedores, com o Galo tendo conquistado 69% dos pontos disputados;
Aumento de receitas – O Galo fechou o maior patrocínio máster da história do futebol mineiro, com a H2bet estampando sua marca no espaço mais nobre da camisa, inicialmente, por três anos, por um valor contratual fixo de R$ 60 milhões anuais. Além disso, há um novo contrato de direitos de transmissão dos jogos do Brasileirão com a Libra e um acordo de exploração de placas de publicidade da Arena MRV durante cinco anos.