O Conselho Técnico da CBF realizado nesta semana abriu discussões sobre duas possíveis alterações no futebol brasileiro: a redução do número de times rebaixados no Brasileirão e a limitação de estrangeiros por equipe. O Conselho Nacional de Clubes (CNC), que passou a ter um papel mais ativo nas decisões da modalidade, será responsável por avaliar os impactos dessas mudanças ao longo dos próximos meses.
A implementação de qualquer alteração só ocorreria a partir de 2027, seguindo o mesmo critério utilizado na discussão sobre os gramados sintéticos, que também estão sob avaliação após protesto de jogadores. No caso dos estrangeiros, que tiveram seu limite ampliado progressivamente nos últimos anos até chegar a nove por partida, a ideia é respeitar os contratos vigentes antes de aplicar qualquer restrição. Atualmente, mais de 130 jogadores estrangeiros atuam na Série A.
A redução no limite de atletas de fora do Brasil conta com apoio do técnico da Seleção, Dorival Júnior, que defende um maior aproveitamento dos jovens formados nos clubes. A proposta inicial visa diminuir o número de nove para seis por confronto, mas existe a possibilidade de uma transição gradual para facilitar o planejamento dos times. A restrição se aplica apenas aos duelos, sem limites para o total de estrangeiros inscritos no elenco.
Outra mudança em pauta é a redução do número de equipes rebaixadas. O modelo atual, implantado em 2006, estabelece que quatro times caem para a Série B e quatro sobem para a elite. Críticos do formato, como o presidente do Santos, Marcelo Teixeira, argumentam que a taxa de descenso é elevada, representando 20% dos participantes do campeonato. O debate sobre uma possível revisão do sistema de rebaixamento ganha força entre alguns clubes.
Nesta sexta-feira (14), as agremiações que disputarão a Série B em 2025 também se reunirão para definir seus representantes no Conselho Nacional de Clubes. Caso a proposta de alteração no rebaixamento avance, o impacto não se limitaria à Série A, mas refletiria em todas as divisões do futebol brasileiro. Com apenas três equipes caindo da primeira para a segunda divisão, o acesso também seria limitado a três times por temporada, afetando também a dinâmica entre Séries B, C e D.
O CNC deve realizar reuniões mensais na sede da CBF ao longo de 2025 para aprofundar a análise dessas mudanças. Entre os clubes da Série A que compõem o Conselho estão Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Internacional, São Paulo e Vasco, com o Palmeiras participando como convidado. A presidência do colegiado é ocupada por Marcelo Paz.