
Na última semana aconteceu no Rio de Janeiro a segunda edição brasileira do SBC Summit RIO, um dos maiores encontros do mercado de apostas esportivas e iGaming do mundo, de 25 a 27 de fevereiro com mais de 15.000 pessoas passando pelo evento.
Nós tivemos o prazer de participar de um painel especial com referências do mercado: Ângelo Alberoni (COO da A2FBR), Bruno Guilherme (Head de Patrocínios da HanzBet), Bernardo Pontes (CEO da ALOB) e Paula Young (Head Comercial do Botafogo) onde abordamos o tema dos Clubes de Futebol como Operadores de Casa de Apostas esportivas.
Um tema sensível e extremamente delicado, onde chegamos a conclusão de que o avanço deste modelo de negócio pode impactar diretamente na evolução de toda a cadeia do mercado em razão da fragilidade e vulnerabilidade que teremos ao relacionar os grandes promotores da atividade fim – clubes e jogadores – diretamente como beneficiários do lucro gerado através dos resultados.
Perda de credibilidade, desconfiança do público e no médio prazo podendo inclusive inviabilizar a estrutura de um mercado que impressiona pela sua grandeza e capacidade de movimentação econômica. Estudos da World Lottery Association apontam que o mercado mundial de loterias movimenta $306 bilhões de dólares, sendo que as casas de apostas esportivas de cota fixa representam 11,2% deste mercado e cerca de 1 bilhão de apostadores.

No Brasil, o mercado de jogos e loterias já representa 0,20% do PIB do país e estimativas apontam que este número tem potencial para chegar em até 1.5%. Fato é que a indústria do jogo no país ainda é incipiente e começa a ganhar notoriedade com a regulamentação das casas de apostas esportivas, um sinal de evolução que poderá aumentar gerar empregos, turismo e movimentar positivamente a economia, mas que ainda demanda muitas adaptações para que esteja completamente seguro e com a devida maturidade.
Sobre o evento, impressiona a quantidade de fornecedores de tecnologia que essa indústria movimenta e o aumento da presença de empresas chinesas para tentar ocupar um espaço entre os operadores.
A estrutura da feira da feira também chama a atenção, com palestrantes e convidados do primeiro escalão do mercado esportivo e iGaming, presença de diversos influenciadores, dirigentes, atletas, atrizes e atores. Uma verdadeira festa de entretenimento que injetou mais de US$ 10 milhões em quatro dias na economia do Rio de Janeiro
Seguimos acompanhando de perto a evolução deste mercado, trabalhando e assessorando cada vez mais a inserção nas entidades esportivas e entendendo que clubes e entidades esportivas, definitivamente, não devem ser operadores de casas de apostas.