A Portuguesa SAF confirmou nesta segunda-feira (14) que mandará seus jogos da Série D do Campeonato Brasileiro no Canindé. A estreia na competição será no próximo sábado (19), fora de casa, contra o Boavista, visto que a decisão foi tomada após acordo com a Reeve, empresa que administrará a arena pelos próximos 50 anos.
A reforma total do estádio, prevista inicialmente para junho, foi adiada para depois do torneio, com a expectativa da diretoria rubro-verde que o Canindé seja utilizado até outubro, mês marcado pela final do campeonato, objetivo traçado pela diretoria da SAF.
Segundo a diretoria, o retorno à casa representa mais do que uma escolha logística. O clube entende que a identificação com o estádio pode fazer diferença dentro e fora de campo.
“A Série D é a nossa principal prioridade. Nosso projeto passa pelo acesso, e entendemos que o Canindé pode fazer a diferença. É uma volta para casa, onde o torcedor se sentirá à vontade e os jogadores também. Faremos um esforço, com reformas pontuais, para tudo dar certo”, afirmou Alex Bourgeois, presidente e gestor da SAF da Portuguesa, ao MKTEsportivo.
Durante a Série D, a Lusa realizará obras pontuais nas cabines de imprensa e camarotes, que ficarão disponíveis em breve. Já a marquise, localizada no setor das numeradas e principal foco das intervenções estruturais, será reformada de forma mais extensa ao longo da competição, exigindo mais tempo e planejamento técnico. Por enquanto, a capacidade do estádio será limitada a 14 mil pessoas, com possibilidade de expansão nas fases decisivas do torneio, caso o time avance.
A decisão por não utilizar o Canindé durante o Paulistão ocorreu pelos problemas estruturais citados acima, com risco de infiltrações inviabilizando transmissões e o trabalho de profissionais nos jogos, o que, somado à previsão de reforma futura, tornava injustificável um alto investimento para poucos duelos.
Como alternativa naquele momento, o clube optou pelo Pacaembu, que apresentou dificuldades operacionais e alto custo, resultando em projeção de prejuízo de cerca de R$ 2 milhões e sendo descartado pelos paulistas posteriormente.
Por que não jogar em grandes estádios, Parque São Jorge ou em Santana do Parnaíba?
A opção de jogar em outros estádios da capital foi descartada pela limitação de opções viáveis. Os grandes estádios — como Allianz Parque, Morumbi e Neo Química Arena — são financeiramente inviáveis para a realidade da Série D. Já outros campos menores sofrem com problemas de estrutura e excesso de uso, como o Parque São Jorge, que abriga mais de 100 confrontos por ano, entre categorias de base e futebol feminino, dificultando a manutenção do gramado.
Fora da capital, o Estádio Municipal de Santana de Parnaíba chegou a ser considerado como alternativa. Com capacidade para 7.200 pessoas e a 40 km de São Paulo, o local é bem avaliado pela direção e pode se tornar a casa da Lusa em 2026, quando o Canindé passará por uma reforma completa para se tornar uma arena multiuso, mas, para esta temporada, a ideia da “nova casa” está descartada.
Diante de todas as limitações, o retorno ao Canindé se consolidou como a escolha mais viável, equilibrando tradição, logística e custo-benefício, mesmo com obras em andamento. A Série D representa a principal missão da temporada, e a Portuguesa SAF aposta em sua casa para alcançar os objetivos traçados.