Com o objetivo de aproximar ainda mais os fãs brasileiros do vôlei internacional, Gabi Guimarães lançou em fevereiro deste ano seu próprio canal no YouTube, em parceria com a Volleyball World TV, onde disponibiliza os jogos de sua equipe, o Conegliano, no Campeonato Italiano com narração em português.
A iniciativa surgiu como resposta à ausência de transmissões da liga italiana na TV brasileira, oferecendo uma alternativa prática e acessível para quem deseja acompanhar a atleta em ação na Europa, visto que o conteúdo é disponibilizado no formato on demand, permitindo que os torcedores assistam quando e como quiserem, mas sem exibição em tempo real.
Ao MKTEsportivo, Gabi destacou a parceria com o serviço de streaming como fundamental para viabilizar o projeto e apontou a internet como um dos fatores que contribuíram para a popularização do esporte.
“Pra mim foi muito gratificante ter essa parceria com a VolleyballWorld, todas as iniciativas de ter uma divulgação ainda maior do vôlei e das atletas, é muito importante. Então ser uma embaixadora deles é um reconhecimento muito grande pra mim, que me deixa muito feliz, mas também com ainda mais responsabilidade com o meu trabalho. Para nós atletas, quanto mais canais de transmissão, de divulgação, melhor. A gente sabe o quanto a internet popularizou ainda mais o vôlei e eu desejo que isso seja uma crescente”, disse a ponteira medalhista de prata nas Olimpíadas de Tóquio 2020 e de bronze em Paris 2024.

Além dos jogos, o canal da jogadora também serve como uma forma de mostrar os bastidores da vida de uma atleta de alto rendimento, com a Gabi dividindo com o público momentos que vão além das quadras, revelando aspectos da rotina, da preparação física e das relações que se constroem fora do ambiente de competição.
“O foco principal sempre será o vôlei, mas estamos encaixando na medida do possível um pouco mais sobre a minha rotina. Nem todo mundo sabe, mas ser atleta profissional vai muito além de somente estar na quadra. Então a gente tentar trazer um pouco dessa nossa rotina, das nossas relações no dia a dia, além do trabalho em quadra. O jogo é apenas a consequência do que fazemos todos os dias, então trazer um pouco a tona disso está sendo bem bacana”, completou.
Projetos como esse são desenvolvidos com o suporte de uma equipe estruturada, o que, segundo a ponteira, faz a diferença na hora de expandir sua marca e manter o foco no desempenho esportivo.
“Desde muito nova eu sempre tive atenção com o cuidado com a minha carreira. Busquei uma assessoria desde que cheguei no Rio de Janeiro, com a Manila Comunicação, além de ter a AMMA e também respaldo jurídico. Como falei, ser atleta vai muito além das quadras e ter pessoas de confiança cuidado de mim, enquanto posso focar na minha performance, é essencial. Nesse projeto com a VolleyballWorld, por exemplo, a AMMA cuidou de tudo pra mim, até chegar o momento em que eu participo. Esse tipo de relação me permite poder estar envolvida em outros projetos, enquanto estou em quadra entregando o meu melhor para o time”, detalhou.
Streaming amplia alcance do vôlei e atrai investidores
Gabi destacou como o cenário do vôlei passou por uma transformação significativa nos últimos anos, impulsionada pela ascensão do streaming e pelas novas formas de consumo de conteúdo esportivo.
Segundo ela, houve uma verdadeira revolução na forma como os fãs acompanham o esporte: enquanto há alguns anos era praticamente impossível assistir às principais ligas estrangeiras no Brasil, hoje, graças às plataformas digitais, esses jogos estão ao alcance de todos.
“Quanto mais opção, melhor. Antigamente era impensável acompanhar a liga italiana, japonesa e etc. Hoje isso é possível, grande parte graças às transmissões online. A VolleyballWorld também está abrindo esses caminhos, e acredito que isso vá se expandir cada vez mais. Quanto mais gente assistindo, mais público, mais interesse dos patrocinadores, mais condições para os clubes, e vira uma bola de neve positiva. É importante a gente estar sempre atenta a essas novas possibilidades”, pontuou.
Liga americana: um modelo a ser seguido
A jogadora também comentou sobre a criação da Major League Volleyball, liga profissional que será lançada nos Estados Unidos com previsão para 2026.
Gabi vê o projeto como uma oportunidade importante para o vôlei mundial e acredita que o Brasil pode observar esse modelo como um exemplo a ser seguido, especialmente no que diz respeito à união entre esporte e educação, fortalecendo as categorias de base desde a formação dos jovens, por acreditar que esse é o caminho.
“A Liga Americana chega em ótima hora, finalmente. Os EUA são uma potência no voleibol, e ainda não tinham um campeonato profissional sólido. Agora estão em busca disso e, sem dúvidas, ficarão ainda mais fortes. Lá existe também um trabalho muito grande de base e também nas universidades. Seria um sonho o Brasil alcançar um modelo como esse, aliando esporte e educação, culminando com o esporte de alto rendimento”, concluiu Gabi Guimarães.

