Com três semanas de duração, o julgamento que analisa a conduta de Lucas Paquetá em casos relacionados a apostas esportivas segue sem prazo definido para a conclusão. Embora as oitivas estejam próximas do fim, não há previsão de anúncio imediato do veredito, o que deve manter o futuro do meia do West Ham em aberto ao menos até o fim do próximo mês.
Mesmo com a investigação em curso, o jogador de 28 anos continua liberado para atuar pelo clube inglês, que disputa as rodadas finais da Premier League, com previsão de término no dia 25 de maio.
Com a mídia inglesa informando que ele pode até ser banido do futebol, a estratégia da equipe jurídica de Paquetá foca na possibilidade de adiar eventuais punições, visto que a defesa trabalha com a perspectiva de que, mesmo que haja condenação, será possível recorrer em diferentes instâncias, o que permitiria ao atleta manter a carreira em andamento por mais tempo. Inicialmente, ele poderá apelar dentro da própria Federação Inglesa, e, se necessário, levar o caso à Corte Arbitral do Esporte (CAS).
Uma eventual extensão da pena a nível global dependeria da homologação da FIFA, que costuma ocorrer meses após a decisão nacional, o que abre nova chance de recurso, desta vez junto ao Comitê de Apelação da entidade internacional.
Entenda o Caso Paquetá
O meio-campista do West Ham e da Seleção Brasileira é investigado pela Federação Inglesa sob suspeita de envolvimento em manipulação de apostas esportivas. Paquetá teria recebido cartões amarelos de forma proposital em quatro partidas da Premier League: contra Leicester, Aston Villa, Leeds United e Bournemouth, entre novembro de 2022 e agosto de 2023, sendo que a acusação inclui ainda possíveis violações relacionadas ao uso de seu celular.
Durante a investigação, o atleta brasileiro entregou um aparelho à federação, que ficou com o item por dois meses para análise de mensagens, ligações e dados bancários. Nesse período, ele adquiriu um novo celular e descartou o anterior após recebê-lo de volta, no entanto, a FA solicitou novamente o dispositivo, mas o atleta informou que não o possuía mais, levando a entidade a acusá-lo de obstrução nas apurações.
Paquetá nega qualquer envolvimento com apostas e afirma que as alegações são falsas. No Brasil, seu nome apareceu no relatório da CPI das Apostas, que recomenda o indiciamento de seu tio, Bruno Tolentino, e de empresários ligados a suspeitas de manipulação, com a comissão sugerindo novas medidas legais para combater fraudes no esporte.