Nesta semana, a Federação Paulista de Futebol determinou a interdição da Arena Barueri para jogos organizados pela entidade estadual, com a justificativa de que a realização de reformas no estádio impedem a presença de público nas arquibancadas.
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, considerou a medida uma possível retaliação por parte da FPF, interpretação que é negada pela federação. O estádio, que serve como alternativa ao Allianz Parque em ocasiões de indisponibilidade, passou recentemente por investimentos do clube na ordem de R$ 50 milhões, incluindo melhorias em vestiários, arquibancadas, áreas de imprensa e a instalação de cobertura parcial. Ainda em 2023, a Crefipar, empresa ligada a Leila, venceu a concessão para administrar o local por 35 anos.
A diretoria alviverde havia comunicado à entidade que o estádio passaria por obras e sugeriu que, durante esse período, partidas das equipes feminina e sub-20 pudessem ocorrer ali com portões fechados. A resposta da federação, baseada no Regulamento Geral de Competições, foi de que jogos sem público não são permitidos, o que levou ao veto, conforme informou a ESPN e o ge.
Como o Campeonato Paulista já foi concluído, o time masculino principal do Palmeiras não será afetado, pois as próximas competições da equipe — como Brasileirão, Copa do Brasil, Libertadores e Mundial de Clubes — estão sob responsabilidade da CBF, Conmebol e FIFA. A decisão, portanto, impacta diretamente apenas as categorias de base e o futebol feminino da agremiação.
Leila x FPF
Nos bastidores, o episódio ganha contornos políticos. A movimentação de Leila Pereira em torno das eleições da CBF tem gerado repercussão, já que a dirigente declarou apoio ao candidato Samir Xaud, que conta com o respaldo de 25 federações estaduais e dez clubes, o que inviabilizou a candidatura do atual presidente da FPF, Reinaldo Carneiro Bastos. Leila, por sua vez, deve se manifestar sobre o tema no domingo, data em que a eleição da CBF está marcada, o que pode trazer mais esclarecimentos e posicionamentos sobre o cenário de tensão entre clube e federação.
Arena Barueri apresenta plano de ação para público reduzido
Na tentativa de minimizar os impactos e viabilizar o uso parcial da Arena Barueri, a administração do estádio apresentou à FPF um plano com medidas de controle e segurança. Entre as propostas, está a utilização do quarto andar da arena por ambas as equipes, com cada lado ocupando uma ala distinta, além da instalação de barreiras físicas para separar as torcidas.
O acesso dos torcedores seria feito por entradas diferentes: a torcida mandante entraria pelo estacionamento no Portão VIP 1 e a visitante por uma rua lateral no Portão VIP 2.
Nota oficial da Federação Paulista de Futebol (FPF)
“A Federação Paulista de Futebol esclarece que recebeu ofício da Sociedade Esportiva Palmeiras, no dia 16 de maio, informando que a Arena Barueri passa por obras e que o estádio está impossibilitado de receber jogos com público, ao menos até o final de junho.
De acordo com o Regulamento Geral de Competições da FPF (Art. 8º), não é permitida a realização de partidas sem a presença de público. Desta forma, a FPF publicou em seu site portaria vetando a realização de partidas de competições organizadas pela FPF na Arena Barueri enquanto esta restrição de público ocorrer.
Tão logo esta questão seja solucionada, o estádio será novamente liberado para jogos de competições paulistas. Entretanto, vale ressaltar que não há veto para os jogos organizados pela CBF, que não tem restrições a partidas com portões fechados.”
