Como não poderia ser diferente, a Nike mais uma vez se posicionou diante de um caso de repercussão mundial e que envolve questões sérias da sociedade. Em meio aos protestos que ganharam as ruas de várias cidades dos Estados Unidos após George Floyd, um homem negro, morrer vítima da ação brutal do policial branco de Minneapolis, a gigante americana lançou um manifesto incentivando que “todos façam parte da mudança”.
Para tal, a Nike mudou seu slogan “Just Do It”, (” apenas faça”, em tradução livre) em “Don’t Do It” (“não faça isso”) para discutir o racismo. No comercial, publicado nas redes sociais da marca, a empresa chega a incentivar que as pessoas participem dos protestos. O posicionamento ganhou até mesmo o apoio da concorrente Adidas.
Histórico. E que espetacular união. O momento pede. pic.twitter.com/D7XT9ESRbB
— MKTEsportivo (de 🏡) (@mkt_esportivo) May 30, 2020
“Pela primeira vez, não faça isso. Não finja que não há problema na América. Não dê as costas ao racismo. Não aceite vidas inocentes sendo tiradas de nós. Não dê mais desculpas. Não pense que isso não afeta você. Não sente e fique em silêncio. Não pense que não pode fazer parte da mudança. Vamos todos fazer parte da mudança”, destacou o swoosh em um comercial apenas com palavras.
“Juntos é que vamos para frente. Juntos é como fazemos mudanças”, escreveu a conta da Adidas ao compartilhar o tweet da marca rival.
“A Nike tem uma longa história de posição contra intolerância, ódio e desigualdade em todas as formas. Esperamos que, ao compartilhar este filme, possamos servir de catalisador para inspirar ações contra uma questão profunda em nossa sociedade e incentivar as pessoas a ajudar a moldar um futuro melhor”, disse uma porta-voz da Nike, em comunicado.
Esta não é a primeira vez que a Nike se posiciona sobre questões sociais. Em 2018, a marca polemizou ao escolher Colin Kaepernick, então jogador do San Francisco 49ers, da NFL, para ser uma das estrelas da campanha de 30° aniversário do slogan “Just Do It”. Dois anos antes, Kaepernick começou a se ajoelhar durante a execução do hino dos Estados Unidos, antes das partidas da liga, em protesto contra o racismo, a brutalidade policial e a injustiça social. Mesmo contratado pela Nike, ele não participava de ações publicitárias pela marca desde 2011.
Seu gesto foi seguido por outros jogadores, que se ajoelhavam, ficavam de braços dados ou erguiam os punhos cerrados durante a execução do hino. Como não poderia ser diferente, o presidente Donald Trump fez da iniciativa uma luta política, ao postar diversas mensagens no Twitter criticando os jogadores e declarando que eles deveriam ser demitidos e a Nike boicotada.