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Como melhorar o marketing e a imagem dos Estaduais

Os Estaduais não estão mais na boca do povo. Os campeonatos do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul e todos os […]

Como melhorar o marketing e a imagem dos Estaduais

19 de janeiro de 2022

4 minutos de Leitura

Os Estaduais não estão mais na boca do povo. Os campeonatos do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul e todos os outros estados do país têm um problema de imagem e isso pode ser visto em reportagens e como a do site de apostas esportivas Betway, que se pergunta o que fazer com eles e traz uma série de entrevistados com pontos muito interessantes sobre o assunto.

São vários os fronts que precisam ser analisados. A questão histórica é válida, claro, assim como o ponto de vista financeiro, a importância dada pelos clubes grandes (cada vez menor), como o fim dos estaduais impactaria os clubes pequenos (bastante) e qual solução viria para o lugar.

A matéria do blog da Betway traz todas essas perspectivas, inclusive a difícil resolução do problema por suas implicações políticas – os presidentes de federações estaduais têm grande poder e decidem a eleição da CBF – e o valor da vitrine que a competição ainda dá. O jogador Chay, destaque do Botafogo no acesso da Série B para a Série A, começou a temporada de 2021 na Portuguesa do Rio e com suas boas atuações no Estadual foi para o time da Estrela Solitária.

Como os Estaduais por enquanto não vão desaparecer, é possível melhorar seu marketing e entregar um produto interessante e viável? A resposta é sim.

Valorizar o que importa

A matéria da Betway destaca como o campeonato ainda é um celeiro de jogadores, apresentando em uma arte as trajetórias de jogadores importantes, como Keno (Atlético-MG), Michael (Flamengo), Nikão (São Paulo), Edenilson (Internacional) e Gilberto (era do Bahia até a temporada passada, foi para o mundo árabe), que se destacaram em uma competição estadual e ganharam chance nos clubes grandes.

São inúmeros os casos de atletas que até participam de peneiras e times de base dos principais clubes do país, mas não conseguem deslanchar e precisam de novas chances em times menores e competições não tão visadas para crescer na carreira.

Isso é algo que pode ser explorado para “vender” a competição, já que os torcedores do clubes maiores podem participar desse processo de “garimpagem” e quem gosta de futebol também pode participar na busca pelos próximos talentos.

O charme dos times grandes jogando em estádios menores e as rivalidades locais também pode ser melhor aproveitado, já que muitas dessas competições têm décadas de história. O Campeonato Paulista é o mais antigo do Brasil, com 120 anos. Com ingressos a preços justos é possível encher mais os estádios, um problema também apresentado na reportagem; a média de público é muito baixa, com o Paulistão com 9 mil pagantes, o Carioca com 8 mil pagantes e Mineiro e Gaúcho com apenas 5 mil pagantes.

Nova disparidade pode ressignificar estaduais

Quem acompanha o futebol brasileiro sabe que ele mais do que nunca tem castas. Hoje há três clubes dominantes em Palmeiras, Flamengo e Atlético-MG, devido aos elencos fortes que foram montados e o poderio financeiro dos dois primeiros e a ajuda pesada dos mecenas do Galo, que ajudaram a montar o time campeão do Brasileiro e da Copa do Brasil.

Mas o futebol brasileiro ainda tem muitos clubes gigantes e tradicionais, que estão na fila nos torneios de principal importância (Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil) e estão sedentos por levantar uma taça. O São Paulo ficou de 2012 até 2021 sem uma conquista. O Fluminense não ganha um título carioca desde 2012. O Náutico não vencia o Sport em uma final de Pernambucano há 53 anos, finalizando o tabu em 2021.

Claro que fica um gostinho de trofeu de consolação e o próprio São Paulo, mesmo vencendo o Palmeiras na final do Paulistão, teve um 2021 ruim, com uma campanha sofrível no Campeonato Brasileiro que derrubou Hernán Crespo, campeão paulista, e Rogério Ceni teve que voltar para salvar o clube do perigo do rebaixamento nacional.

Mas na medida do possível, ainda existe espaço para o Estadual e eles podem ser melhor vendidos pelo Brasil, até que uma solução que contemple a todos e traga algo mais satisfatório seja decidida nos centros de poder.

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