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Fifa usará na Copa do Mundo Feminina inteligência artificial que já bloqueou 20 mil mensagens abusivas

Tecnologia já foi utilizada no Mundial do Catar no ano passado e ajudou a denunciar 306 contas de redes sociais à polícia

Fifa usará na Copa do Mundo Feminina inteligência artificial que já bloqueou 20 mil mensagens abusivas
Copa do Mundo Feminina 2023 começará em 20 de julho

21 de junho de 2023

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A FIFA utilizará, durante a Copa do Mundo Feminina 2023, que será realizada de 20 de julho a 20 de agosto, na Austrália e na Nova Zelândia, um software de inteligência artificial (IA) que já bloqueou 20 mil mensagens abusivas nas redes sociais e ainda encaminhar 306 contas de usuários à polícia durante o Mundial do Catar, realizado no fim do ano passado.

O Serviço de Proteção de Mídias Sociais (SMPS) é um pacote de ferramentas projetado para proteger os jogadores em eventos da Fifa. O objetivo de desenvolver essa tecnologia surgiu devido ao aumento de abusos virtuais ocorridos na Euro 2020 e na Copa Africana de Nações de 2021.

Durante a Copa do Mundo 2022, o SMPS utilizou a IA para analisar mais de 20 milhões de postagens e comentários no Facebook, Instagram, TikTok, Twitter e YouTube. Com isso, quase 20 mil comentários foram marcados como abusivos, discriminatórios ou ameaçadores. O conteúdo foi denunciado às plataformas de redes sociais e removidos.

A varredura resultou ainda na ocultação de 286.895 comentários antes de chegarem ao destinatários finais. O pico de ataques virtuais ocorreu no jogo entre França e Inglaterra, pelas quartas de final do Mundial, no dia 10 de dezembro. Além das duas seleções, o Brasil figurou entre os três times mais visados pelos usuários abusivos. A maioria dos ataques se originaram na Europa (38%) e na América do Sul (36%).

“A discriminação é um ato criminoso. Com a ajuda dessa ferramenta, estamos identificando os autores e denunciando às autoridades para que sejam punidos por suas ações. Também esperamos que as plataformas de mídia social aceitem suas responsabilidades e nos apoiem na luta contra todas as formas de discriminação. Nossa posição é clara: dizemos não à discriminação”, disse Gianni Infantino, presidente da Fifa.

Os comentários abusivos também têm ocorrido com intensidade contra atletas mulheres, fato que chamou atenção durante a Euro Feminina 2022, quando 290 ataques foram relatados. Inglaterra, Espanha, França e Itália foram as seleções mais visadas. Em torno de um quinto de todas as postagens incluía abuso sexista.

“O futebol tem a responsabilidade de proteger os jogadores e outros grupos afetados em torno de seu espaço de trabalho. Portanto, a FifPro [Federação Internacional de Jogadores de Futebol] e a Fifa continuarão sua colaboração e prestarão o mesmo serviço na Copa do Mundo Feminina da Fifa, na Austrália e na Nova Zelândia. Mas não podemos fazer isso sozinhos, precisamos que todas as partes interessadas façam sua parte, se quisermos criar um ambiente mais seguro e melhor para o futebol”, finalizou o presidente da FifPro, David Aganzo, entidade internacional que representa os jogadores profissionais de futebol e que participa da iniciativa da SMPS.

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