Coluna

Aprendendo com Michael Jordan

Uma importante lição de valorização de imagem ensinada por um dos maiores atletas de todos os tempos

Aprendendo com Michael Jordan

03 de outubro de 2023

3 minutos de Leitura

Fábio Wolff
Fábio Wolff
Fábio Wolff é sócio-diretor da Wolff Sports, e professor em cursos de MBA em Gestão e Marketing Esportivo na Trevisan Escola de Negócios

Recomendo o livro “Nunca faça a primeira oferta”. Um grande empresário que, por décadas, representou grandes atletas e realizou relevantes negociações de patrocínio, divide com o leitor passagens e dicas importantes da sua vida profissional.

Em um desses artigos, o autor informa que a maioria dos contratos que já realizou teve como base a maior oferta, mas em algumas ocasiões outros fatores acabaram influenciando a decisão final dos seus clientes.

Michael Jordan foi garoto-propaganda da Gatorade durante muitos anos. Próximo à renovação do contrato, informou ao agente de que não iria renová-lo.

“Michael, não entendo. Eles estão lhe pagando um dinheirão e exigem pouco de você em termos de tempo”.

Michael respondeu ao agente na época “O problema é esse. Eles não estão me usando. Minha renda de endosso depende de exposição. Quanto mais eu apareço, mais meu valor aumenta”.

Acho interessante e fundamental a lição de valorização de imagem ensinada pelo brilhante atleta, demonstrando a preocupação de Michael Jordan em relação à construção da marca em detrimento do aspecto financeiro.

O excesso de zelo, a estratégia, também podem ser conferidos no filme “Air – A história por trás do logo”.

Não é à toa que o Michael Jordan pode ser considerada uma das celebridades mais bem sucedidas da história do esporte.

Temos muito a aprender com grandes ícones  do mundo esporte, como o próprio Michael Jordan, Roger Federer, Rafael Nadal.

Nesses 27 anos de mercado testemunhei, no Brasil, atletas com considerável potencial de construção de marca. No entanto, conto nos dedos os que foram bem-sucedidos.

Sem base, orientação, educação, instrução, presenciei inúmeros atletas cederem as suas imagens por permuta e/ou através de parcerias, que em nada agregavam valor na construção de marca. E que, ao contrário, os prejudicaram…

Que tal a história de um atleta que firmou contrato com duas empresas do mesmo segmento?

Quantos atletas assinam um contrato de parceria sem conhecer, de fato, o conteúdo do instrumento contratual?

E não podemos esquecer que o equilíbrio na exposição do atleta é essencial para a sua boa visibilidade, assim como um perfil verdadeiro, coerente com o esporte que pratica. O atleta deve ser cuidadoso até mesmo em suas mensagens para amigos, já que é possível que um print seja divulgado para a mídia em geral.

Com o avanço da tecnologia, das redes sociais, para a valorização da imagem dos atletas torna-se fundamental que tenhamos por aqui mais casos lastreados em benchmarks consagrados, como o de Michael Jordan.

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