Rugby: a maior Copa do Mundo que você provavelmente ainda não conhece

Estive na França durante a Copa do Mundo de Rugby Union de 2023, que ocorreu no ano do 200º aniversário do esporte

novembro 9, 2023
Adalberto Generoso

CoFundador e CEO da Yapoli, empreendedor serial com mais de 10 anos de experiência em tecnologia, marketing e digital e vencedor de 3 Cannes Lions.

Estive na França durante a Copa do Mundo de Rugby Union de 2023 (foto), que ocorreu no ano do 200º aniversário do esporte e teve a duração de 50 dias, encerrando-se em 28 de outubro.

Se você ainda não sabe o que é Rugby, rúgbi (português brasileiro) ou râguebi, vai conhecer agora!

Ainda pouco conhecido e praticado no Brasil, o esporte originou-se na primeira metade do século XIX, criado por William Webb Ellis, ex-aluno da Rugby School, na cidade de Rugby, Inglaterra. A taça, de mesmo nome, é uma homenagem ao inventor da modalidade.

O jogo consiste basicamente em correr com a bola oval, semelhante à do futebol americano, na mão. O esporte é jogado, em geral, com equipes de 15 integrantes de cada lado, em um campo retangular, cujas traves têm a forma de um H. Inclusive, o futebol americano, que teve sua origem nos EUA em 1869, foi desenvolvido a partir do rugby e do futebol que conhecemos.

Nesta Copa, 20 equipes foram divididas em quatro grupos de cinco: nove equipes européias, cinco do Pacífico Sul, três da América do Sul, incluindo a Argentina (que é atualmente a 4ª melhor seleção do mundo), duas da África e uma da Ásia (Japão). Pela primeira vez, não houve equipes da América do Norte.

No início da Copa, a África do Sul e Nova Zelândia eram os maiores campeões até o momento, com três títulos mundiais cada, seguidos da Austrália, com dois.

A estreia do evento, no Stade de France em Saint-Denis, subúrbio de Paris, foi nada menos que entre a anfitriã França e, até então, uma das favoritas ao título, a Nova Zelândia, com os famosos All Blacks, pelos quais eu tenho forte apreço. Quando a partida começou, às 21:30h de Paris, o termômetro marcava 28 graus, mas no campo estava uns 35º ou mais. A plateia contava com 78.690 pessoas!

A Nova Zelândia, como sempre, foi um show à parte desde o início, com a apresentação da Haka Maori, um tipo de dança de guerra maori antiga, tradicionalmente utilizada no campo de batalha, bem como quando os grupos se reuniam em paz. Haka é uma demonstração feroz do orgulho, força e unidade de uma tribo.

O placar terminou em 27 a 13 para os anfitriões. Mas não importa, o espetáculo foi incrível.

Eu, enquanto CEO da Yapoli, uma plataforma de centralização e difusão de conteúdos digitais, acompanhei de perto a montagem da estrutura de captação de conteúdo (imagem/vídeo) em algumas partidas, observando o envolvimento de centenas de profissionais de diferentes países se organizando ao redor do campo. Todos eles responsáveis pelas primeiras imagens e informações que seriam transmitidas quase que em tempo real para veículos de comunicação no mundo inteiro.

Nesta minha coluna no MKTEsportivo, inclusive, já falei sobre o desafio que é para duas profissões que permitem-nos desfrutar dos espetáculos, os fotógrafos esportivos e os loggers.

Como maior desafio [da profissão de fotógrafa], creio que seja a concentração no que se está fazendo. Há tantas coisas acontecendo em volta e precisamos focar 100% no jogo ou no evento que estamos fazendo, para entregar o material solicitado, que muitas vezes esse fator da concentração acaba sendo nosso maior inimigo. Já na parte técnica, a internet é o mais importante, pois tudo depende dela, redes, sinal.

Paula Reis, fotógrafa do Flamengo

Como exemplo para entender a amplitude, num jogo de rugby, são destacados 20 fotógrafos em cada ponta do campo, num total de 80 por partida.

África do Sul x Irlanda – 23 de setembro – Stade de France, Saint-Denis – Foto: Adalberto Generoso

Ademais, as instalações, hardware, software, telecomunicações, entre outros recursos, também têm importância crucial.

Em paralelo, vários terabytes de informação são gerados e distribuídos durante apenas uma partida. São, além das fotos, estatísticas a cargo dos loggers, emissões ao vivo e em streamings que precisam ser capturados para difusão e propagação em âmbito global para centenas de veículos de comunicação distintos e em diferentes idiomas. Todo esse material são ativos digitais. Além disso, são primordiais para a criação do valioso acervo histórico de uma organização.

São milhares de pessoas no mundo todo consumindo esse material e produzindo conteúdos em suas respectivas regiões e países. Se não existir uma centralização, controle e governança desse material primário, a difusão seria um completo CAOS.

Para salvaguardar e distribuir adequadamente esses ativos, não basta usar e-mail, Google Drive, Dropbox ou outras ferramentas do tipo. Elas não fazem o trabalho.

Para isso, existe o DAM (Digital Asset Management – Gestão de Ativos Digitais em português), que é uma categoria de software que consiste basicamente em centralizar, padronizar e distribuir arquivos digitais para que todos os envolvidos nos processos possam consumir ativos digitais sempre atualizados e centralizados, evitando, assim, a bagunça digital.

Essa ferramenta é indispensável para as organizações, esportivas ou não, que pretendem manter essa riqueza de informação disponível a seus torcedores e clientes atuais e futuros.

Só assim, um evento como estas partidas de rugby emblemáticas que assisti na França, poderá estar ao alcance das futuras gerações, como se estivessem lá, naquele exato e belo momento, como eu estava.

Voltando aos jogos em si, quem levou a taça “Webb Ellis” foi a África do Sul pela segunda vez consecutiva.

A final aconteceu em 28 de outubro de 2023, com a Nova Zelândia enfrentando a África do Sul. A África do Sul venceu por 12 a 11, tornando-se o maior campeão com 4 títulos mundiais. Um viva aos Springboks!

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