Coluna

Como o DAM e a IA podem impulsionar a geração de receita das instituições esportivas

Estamos falando de uma solução tecnológica que vai muito além do armazenamento e da distribuição de conteúdos, possuindo uma função estratégica de alavancagem de negócios

Como o DAM e a IA podem impulsionar a geração de receita das instituições esportivas
Imagem: Yapoli

17 de abril de 2024

4 minutos de Leitura

Adalberto Generoso
Adalberto Generoso
CoFundador e CEO da Yapoli, empreendedor serial com mais de 10 anos de experiência em tecnologia, marketing e digital e vencedor de 3 Cannes Lions.

No cenário corporativo atual, a geração de receita está amplamente ligada ao uso da tecnologia. Isso não é diferente no universo esportivo. Seja no Brasil ou no resto do mundo, grandes clubes e federações têm apostado em novas ferramentas para capitalizar as suas marcas de forma eficiente, especialmente no que diz respeito à digitalização de processos. 

No contexto da aliança entre esportes e negócios, a solução  DAM (Digital Asset Management ou Gestão de Ativos Digitais) vem se tornando um elemento-chave, principalmente quando integrada a inovações como a Inteligência Artificial (IA).

O motivo para isso é simples: estamos falando de uma solução tecnológica que vai muito além do armazenamento e da distribuição de conteúdos, possuindo uma função estratégica de alavancagem de negócios. Ou seja, as organizações perceberam que podem usá-lo para impulsionar uma série de áreas, como compliance com governança, comunicação, marketing, cibersegurança e crescimento de mercado em geral, incluindo a monetização de imagens e vídeos.

Organização do acervo digital do time

No caso dos bastidores de um clube esportivo, o acervo histórico é um tesouro de valor inestimável. Com décadas, senão séculos, de história cultural, intelectual e até mesmo nacional, essas instituições possuem um patrimônio educacional e emocional que transcende gerações. No entanto, é comum encontrar esse acervo descentralizado e, em alguns casos, até mesmo sob domínio de torcedores e pessoas sem relação direta com os clubes.

Com isso, a gestão de ativos digitais (DAM) desempenha um papel fundamental na preservação e disseminação desse legado. Seguindo as diretrizes da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) e do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR), essa tecnologia se torna o epicentro de todo o conteúdo gerado pelo clube. Mas como isso acontece?

Ao ser implementado nas operações de um time, o papel do DAM em um primeiro momento é permitir que a instituição esportiva comece a lidar com a sua maturidade digital, centralizando, coletando e organizando o seu acervo (fotos, súmulas, camisas, entrevistas, comentários, vídeos etc.), para diversas frentes: imprensa, redes sociais, patrocinadores, streaming, entre outras. 

O primeiro grande benefício desse processo é a execução do compliance com a governança adequada, pois o time passa a ter um domínio completo do acervo e controle dos acessos aos arquivos, viabilizando um aumento de escala sem precedentes na comunicação interna e externa (com fotógrafos, transmissões, patrocinadores e veículos de mídia). Além disso, o DAM capacita as instituições esportivas a mapear e decidir como e quando capitalizar todo esse material que já está centralizado e classificado por IA. E é aqui que fica um pote de ouro desconhecido por muitas instituições esportivas.

Com a falta de clareza sobre o acervo e por arestas jurídicas, muitos destes materiais são comercializados indiretamente por terceiros não autorizados que não possuem o direito de uso da mídia. Não é difícil encontrarmos imagens e vídeos de momentos históricos e jogadores icônicos, desde clubes até a seleção brasileira, sendo comercializados sem absolutamente nenhum consentimento dos autores da obra.

Como monetizar a história de um time por meio do DAM

A partir do momento que um clube atinge minimamente a consciência do seu patrimônio, ele pode e deve incluir essa estratégia em suas metas de negócio como uma nova fonte de receita, livre de acordos comerciais e vigência de contratos.

Um estudo recente feito pela Yapoli, que demonstra o potencial dessa iniciativa, foi conduzido tendo o Flamengo como foco. O clube implementou o DAM em suas operações há mais de dois anos. Com centenas de milhares de materiais digitais organizados e classificados com IA pela sua plataforma e considerando o valor médio de veiculação de uma mídia em sites especializados como Shutterstock e GettyImages, 1% da base analisada do Rubro-Negro, se comercializada, possui o potencial de gerar uma receita anual de quase 10 milhões de reais por ano.

Logo, colocar um DAM em sua estratégia digital leva um clube da governança à geração de uma fonte de receita que só depende dele e da sua própria relevância, funcionando de forma contínua e eterna.

Esse nível de eficácia abre margem para que histórias centenárias sejam valorizadas em um formato atualizado, transparente e marcante. Quanto antes isso for compreendido pelas organizações esportivas, mais cedo os times monetizarão suas conquistas e irão mergulhar na transformação digital com um viés inovador.

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