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Por que o “RB” do Leipzig não é a sigla da Red Bull?

O estatuto da Federação Alemã de Futebol proíbe nomes de empresas em clubes

Por que o “RB” do Leipzig não é a sigla da Red Bull?

17 de agosto de 2020

3 minutos de Leitura

O RB Leipzig está nas semifinais da UEFA Champions League 2019/2020. Em sua primeira participação no mata-mata do torneio europeu, o time classificou e enfrentará o Paris Saint-Germain.

O Leipzig é comandado pelo alemão Julian Nagelsmann, técnico mais novo a chegar a essa fase da competição. Julian já trabalhou com o Thomas Tuchel, atual técnico do PSG que o encorajou a iniciar a carreira de treinador, quando Nagelsmann ainda era jogador e enfrentava sucessivos problemas de lesão.

O time de Leipzig é bem novo, tendo sido fundado em 19 de maio de 2009. Para montar o time, a Red Bull decidiu comprar o SSV Markranstädt, equipe pequena da Saxônia, que jogava a quinta divisão alemã, depois de tentar adquirir alguns times mais tradicionais e ser recusado por suas torcidas. Logo depois, começou a investir em seu projeto de ter um clube competitivo.

Desde 2010 o clube manda seus jogos no antigo Zentralstadion, uma das sedes das Copas das Confederações em 2005 e da Copa do Mundo de 2006. Rebatizada de Red Bull Arena, o estádio tem capacidade para pouco mais de 44 mil pessoas.

Sobre a presença da Red Bull no futebol, ela se dá em alguns times espalhados pelo mundo. O Red Bull Salzburg, na Áustria, New York Red Bulls, nos Estados Unidos, Red Bull Bragantino, no Brasil, e o Leipzig, na Alemanha.

Curiosamente, destas equipes, a única que não carrega o Red Bull no nome é justamente o Leipzig. O estatuto da Federação Alemã de Futebol proíbe nomes de empresas no clube, exceto que ela seja dona do time há mais de 20 anos, como no caso do Bayer Leverkusen, da farmacêutica Bayer. O RB que antecede o Leipzig é de RasenBallsport, que significa “esporte com bola na grama” (em tradução livre). Escolha necessária para usar as iniciais que se pretendia.

Além disso, a regra “50+1”, também impede que uma empresa (ou investidor) seja dona majoritária do time, podendo ter somente até 49% das ações. No Bayer Leverkusen, por exemplo, pode acontecer pois, segundo a regra, caso a empresa seja patrocinadora ou acionista do time há mais de 20 anos ininterruptos, neste caso também é permitido que se tenha uma porcentagem maior do clube, além dos 49%. Outros exemplos são o VfL Wolfsburg (Volkswagen) e o Hoffenheim (SAP).

Outra curiosidade é de que o RB Leipzig teve, também por questões estatutárias, que eliminar em seu escudo todos os traços que remetessem ao logotipo da Red Bull. Desta maneira, adicionou aos touros traços que dessem ideia de movimento e eliminaram o fundo amarelo.

Importante destacar que na Alemanha os torcedores são muito tradicionalistas e, por esse motivo, a compra do SSV Markranstädt pela Red Bull fez com que o RB Leipzig acabasse sendo um dos times mais odiados do país.

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