O Grupo SBF, que tem em seu portfólio a Centauro, Fisia (gestora da marca Nike no mercado brasileiro), FitDance, NWB, OneFan e X3M, apresentou seu balanço financeiro de 2022 com uma receita bruta de R$ 7,9 bilhões, incremento de 22,9% em relação ao ano anterior. Uma margem bruta de 47%, a maior desde 2019, antes do início da pandemia de Covid-19.
A Centauro registrou receita bruta de R$ 4,34 bilhões, um aumento de 19% em relação a 2021. Já a Fisia, R$ 4,08 bilhões, 26,6% maior que 2021.
Na primeira, houve um crescimento de 19% nas vendas em relação a 2021, tanto nas lojas físicas como na plataforma digital. A varejista encerrou o ano com 233 espaços físicos.
Já na Fisia, um impressionante crescimento de 87,7% nas vendas no digital. No atacado, o aumento foi de 3,3%, enquanto nas lojas físicas houve um impulso de 25,6%. No período, um aumento de 21 para 27 lojas Nike Value de 2021 para 2022, e a inauguração de cinco lojas no estilo Nike Direct Inline no ano passado.
Sobre o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), houve uma queda anual de 3%, de R$ 483 milhões em 2021 para R$ 469 milhões em 2022. Se for levado em consideração apenas o quarto trimestre, essa queda foi de 24%, de R$ 210 milhões em 2021 para R$ 161 milhões em 2022.
No lucro bruto, houve um aumento de 26% no Grupo SBF, atingindo R$ 2,93 bilhões. Na Centauro, houve um crescimento de 16%, alcançando R$ 1,67 bilhão, enquanto na Fisia o impulso foi de 42%, atingindo R$ 1,30 bilhão.
“A performance do último trimestre de 2022 repetiu o que observamos ao longo do ano: Centauro lidando com desafios que impactaram a rentabilidade, e Fisia abrindo novos espaços de mercado com crescimento da receita. Embora Fisia tenha compensado parcialmente o desempenho da Centauro, o resultado anual não atingiu o que planejamos inicialmente. Ainda assim, como Grupo, atingimos nosso recorde de vendas, 23% maior do que no ano anterior, e margem bruta de 47%, maior margem desde 2019, após a pandemia e a incorporação da Fisia”, destacou o Grupo SBF.
De acordo com a companhia, o planejamento era baseado no fato de que a cadeia global de suprimentos já estaria normalizada e que os investimentos estruturais realizados em marketing, logística e tecnologia trariam um retorno maior.
Com o crescimento abaixo do planejado, além da necessidade maior de markdown que pressionou a margem bruta, também só foi possível diluir parte dos investimentos estruturais e das despesas semivariáveis contratadas para suportar um nível de receita mais alto do que o observado, o que acabou impactando a rentabilidade da empresa.
Por outro lado, a Fisia teve um ano considerado bom.
“A principal tese de crescimento e rentabilidade da Fisia, o crescimento dos canais DTC, tem se demonstrado um sucesso. Neste último trimestre, inauguramos mais 9 lojas, 3 Nike Direct Inline Store [NDIS] e 6 Nike Value Store [NVS], e o resultado observado continua nos dando confiança nessa alavanca. A estratégia de rentabilização da NVS tem sido eficaz, com essa loja apresentando um volume expressivo de vendas e uma rentabilidade atrativa, apesar de praticar preços mais baixos devido à natureza de descontos da loja. Já as NDIS têm se mostrado um bom canal para a venda de produtos de maior valor agregado dentro da coleção, especialmente das categorias lifestyle e feminino, performando a melhor margem do grupo. Terminamos o ano de 2022 com 32 lojas e seguiremos a expansão de maneira seletiva em 2023”, comentou o Grupo.
“A operação digital da Fisia também é uma alavanca que continua demonstrando potencial de crescimento. Além do crescimento de nike.com.br, a migração das vendas de atacado 1P para a modalidade 3P dentro dos canais de marketplace resultou em um aumento de margem da Fisia em 2022. Há potencial para a continuação do crescimento de vendas neste canal, gerando ganho de margens. Mesmo com a migração de parte das vendas para o digital, o canal de atacado apresentou crescimento no quarto trimestre. Acreditamos que a normalização na cadeia global de suprimentos pode gerar um crescimento suplementar, que poderá compensar a migração adicional das vendas para o digital prevista para ocorrer em 2023”, acrescentou.
Os planos para 2023
Na Centauro, o objetivo de fomentar o esporte no país seguirá, com ações conjuntas com players do mercado e unidades de negócio do grupo.
Em 2022, os destaques foram o Centauro Reveza Adidas, o Centauro Fit Festival e o Asics Movimenta by Centauro.
“O nosso foco em 2023 será em aumentar a rentabilidade do nosso negócio porque sabemos que o resultado de hoje é o que sustenta o crescimento do futuro. O que construímos nos últimos anos nos deixa com uma empresa com um faturamento próximo a R$ 8 bilhões, 2,5 vezes maior do que o faturamento de 2019, com um novo negócio, Fisia, que em dois anos já entrega níveis de rentabilidade superiores ao antecipado e próximos ao da Centauro de 2019. Hoje, temos mais recursos, uma audiência maior e nossos canais digitais juntos já concentram 21% do tráfego on-line quando consideramos o fluxo on-line de e-commerces de moda, vestuário e calçados. Com o caminho de retomada da rentabilidade da Centauro, o potencial de geração de lucro do Grupo SBF nos deixa animados para o futuro”, finalizou.
