O Newcastle pode ser mais uma organização esportiva a apostar no multiclubes. A informação foi dada pela própria sócia do clube, Amanda Staveley, durante sua participação no Bloomberg Power Players Summit, evento em Jeddah, na Arábia Saudita. Amanda foi além ao afirmar já ter analisado a possibilidade dentro do mercado brasileiro.
Dona de 10% do Newcastle, ela acredita que esse tipo de organização pode gerar benefícios para a própria equipe inglesa.
“Acho que estamos muito interessados [no modelo multiclubes]. Analisamos todos os mercados e conseguir jogadores para nossas categorias de base em um modelo multiclubes seria muito útil para permitir comprar e ter novos atletas”, disse Staveley.
Na Premier League, o Manchester City, atual campeão da Champions League e da Premier League, faz parte do amplo portfólio do City Football Group (CFG). A empresa é formada por 13 clubes em diversos continentes, incluindo o Istambul Başakşehir, mais recente equipe adquirida pelo grupo. Na América do Sul, por exemplo, o grupo comanda o Bahia, do Brasil, e o Montevideo City Torque, do Uruguai. Ainda possui o New York City, dos Estados Unidos, bem como equipes na Austrália, Japão, China, Índia, Bélgica, Espanha e França.
O mercado brasileiro pode se tornar um alvo do Newcastle no futuro, ainda que tudo esteja no estágio inicial.
“Ainda sou uma grande fã do modelo multiclubes, muitos outros competidores e amigos na Premier League têm relações multiclubes, mas isso tem que ser considerado como um todo. Olhamos para a Bélgica, olhamos para muitos mercados europeus, olhamos para a Ásia, Austrália, olhamos para o Brasil, praticamente tudo”, salientou.
A executiva não deixou de detalhar potenciais barreiras para que, de fato, consiga executar uma estratégia de aquisição de clubes em diferentes mercados.
“Obviamente, olhamos para uma estratégia multiclube, mas sempre que você olha para este modelo, precisa ter certeza de que está de acordo com as mudanças em torno dos pontos GBE no momento. É importante fazer isso”, acrescentou, citando as regras da Premier League, que os jogadores estrangeiros devem ter uma pontuação mínima para atuar na liga inglesa.
“Você também tem que escolher seu território corretamente e ter certeza de que tem a química certa. Lembre-se, você está trabalhando com outra base de fãs e em outra área. É fundamental que defina quais serão seus objetivos. É complicado”, finalizou.