O mercado de apostas esportivas vem operando desde 2018 em solo brasileiro. De lá para cá, o ramo cresceu de forma absurda, principalmente no período pós-Pandemia e hoje já figura entre os maiores anunciantes de mídia do Brasil.
Segundo levantamento da Folha de S. Paulo, “15% da população brasileira diz apostar ou já ter apostado de forma online, com um gasto mensal, entre o total de pessoas que apostam, de R$ 263”.
A sensação que tomou conta de milhares torcedores, apostadores e apaixonados por esportes teve um crescimento nas mais diversas mídias, com recordes em patrocínios a alguns dos maiores clubes do futebol brasileiro e cada vez mais espaços nas camisas.
14 clubes com casas de apostas como patrocínio máster
Na Série A do Brasileirão 2024 que começará em abril, teremos simplesmente 17 clubes com contratos com casas de apostas. 14 deles carregará a marca estampada na principal parte do fardamento: o peitoral, também chamado de “patrocínio máster”.
Só em janeiro deste ano, Corinthians e Flamengo, os clubes de maior torcida no país, trocaram seus parceiros principais por casas de apostas. O Timão trocou a Hypera Pharma pela VaideBet, anunciada como o maior patrocínio máster do futebol brasileiro: R$ 370 milhões por três anos de contrato.
Já para o Rubro-Negro, a Pixbet vai pagar até R$ 225 milhões em dois anos para ocupar o espaço nobre do uniforme e desbancar o BRB, banco que agora passará à região da omoplata.
O São Paulo já era patrocinado por uma casa de apostas, a Sportsbet.io, mas não quis esperar o contrato acabar e fechou um novo acordo, agora com a Superbet, que investirá R$ 156 milhões por três anos.
Isto é, de 2023 para 2024, saltou de 11 para 14 o número de equipes que estampam casas de apostas no centro das suas respectivas camisas.
A regulamentação das apostas esportivas vem quando?
A oferta de sites de apostas esportivas é liberada no Brasil desde 2018, após lei aprovada durante o então governo Michel Temer (MDB). Todavia o tema não foi regulamentado pelo Executivo. A partir disso, propagandas de sites de apostas passaram a dominar a grade da TV aberta, principalmente em partidas de futebol, carro-chefe das bets.
As redes sociais também foram inundadas de anúncios de jogos de apostas, viralizados pela atuação de influenciadores famosos. Vale ressaltar que o governo Jair Bolsonaro (PL) teve quatro anos para regulamentar o mercado, mas não levou adiante a pauta.
Com isso, o número de casas de apostas voltadas ao público brasileiro explodiu sem que houvesse regras claras para atuação nessa área, tampouco órgãos fiscalizadores e controladores específicos para a atividade.
Já o governo Lula (PT) passou a trabalhar na regulamentação desde o ano início do ano passado. Já foi aprovada nova lei para definir taxação e funcionamento dessas empresas, que também deverão se credenciar para atuar no Brasil – atualmente, as empresas que oferecem apostas online no país têm sede no exterior.
A regulamentação total deve ser finalizada ainda no primeiro semestre de 2024. A partir daí, para funcionar no país, as marcas terão que cumprir exigências determinadas pelo Ministério da Fazenda, entre elas ter sede no Brasil, além de pagar uma outorga de até R$ 30 milhões.
Confira os times da Série A patrocinados por casas de apostas:
- Athletico-PR – Esportes da Sorte (máster)
- Atlético-MG – Betano (máster)
- Atlético-GO – Blaze (máster)
- Bahia – Esportes da Sorte (máster)
- Botafogo – Parimatch (máster)
- RB Bragantino – MrJack.bet (mangas)
- Corinthians – VaideBet (máster)
- Criciúma – EstrelaBet (máster)
- Cruzeiro – Betfair (máster)
- Cuiabá – não possui
- Flamengo – PixBet (máster)
- Fluminense – Betano (máster)
- Fortaleza – Novibet (máster)
- Grêmio – Esportes da Sorte (frontal)
- Internacional – EstrelaBet (homoplata)
- Juventude – Stake (máster)
- Palmeiras – Esportes da Sorte*
- São Paulo – Superbet (máster)
- Vasco – não possui, mas deve fechar antes do Brasileirão
- Vitória – Betsat (máster)
*a casa patrocina apenas o futebol feminino.
Confira os valores masters de cada clube em 2024
- Corinthians – Vaidebet: R$120 milhões
- Flamengo – Pixbet: R$ 85 milhões
- Palmeiras – Crefisa: R$81 milhões*
- São Paulo – Superbet: R$ 52 milhões
- Grêmio – Banrisul: R$30 milhões
- Internacional – Banrisul: R$ 30 milhões
- Botafogo – Parimatch: R$27,5 milhões
- Cruzeiro – Betfair: R$ 25 milhões
- Atlético-MG – Betano: R$ 20 milhões
- Fluminense – Betano: R$ 20 milhões
- Fortaleza – Novibet: R$19 milhões
- Bahia – Esportes da Sorte: R$19 milhões
- Athletico-PR – Esportes da Sorte: R$ 17 milhões
- Vitória – Betsat: R$ 7 milhões
* O valor de R$ 81 milhões pago pela Crefisa ao Palmeiras inclui todas as propriedades da camisa – e não apenas o espaço máster
Top 3 infos
- Qual time brasileiro tem o maior patrocínio no uniforme?
O portal Lance divulgou em 8 de janeiro os maiores patrocínios do futebol brasileiro para 2024. O Corinthians lidera o ranking após fechar com o site de apostas esportivas “Vai de Bet”, que renderá aos cofres do Timão um valor de R$ 120 milhões por ano.
- Quem tem patrocínios mais caros: Flamengo ou Palmeiras?
O Rubro-Negro ganha o dobro do Verdão com patrocínios no uniforme: R$ 225,8 milhões contra R$ 113 milhões. O principal contraste está na quantidade de patrocinadores: enquanto o Flamengo tem oito parceiros comerciais, incluindo o fornecedor de material esportivo, o Palmeiras ostenta apenas as marcas ligadas à Crefisa, além da fornecedora.
- Quanto a Crefisa paga ao Palmeiras 2023?
Segundo revelou o portal UOL, todo o dia 10 o Verdão recebe uma parcela de R$ 6,75 milhões, sendo R$ 6,25 milhões pelo patrocínio da Crefisa e R$ 500 mil da FAM.