“Oferecer ferramentas para divertir e inspirar criadores de conteúdo a ampliarem as possibilidades de criação de vídeos”. É partindo desta premissa que o TikTok vem ganhando cada vez mais espaço entre os jovens e abocanhado uma parcela do budget de muitas empresas que já vislumbram oportunidades por lá.
Presente em 150 mercados e 75 idiomas, ele fechou 2018 como o quarto mais baixado do mundo, segundo um levantamento da Sensor Tower. Já em agosto deste ano, desbancou os gigantes WhatsApp, Instagram e YouTube. Hoje, já possui mais de um bilhão de downloads.
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De propriedade da ByteDance, o aplicativo de mídia foi lançado como Douyin na China em setembro de 2016 e introduzido no mercado internacional como TikTok um ano depois. A base de usuários ainda é jovem, na faixa de 13 a 25 anos, e repete o movimento que fez do Snapchat um sucesso: o fato do Instagram e Facebook se tornarem populares e muitos desejarem algo, digamos, mais privado.
No esporte, ele já começa a ganhar muito espaço. Em novembro, a NBA fechou com o TikTok para levar highlights exclusivos, além de conteúdo relevante no idioma local. O perfil da liga americana de basquete já conta com 5 milhões de seguidores. No início deste mês, foi a vez da NFL desembarcar na plataforma para transmitir destaques dos jogos e cenas dos bastidores, tudo parte de sua estratégia para aumentar a presença online diante da queda de assinantes de TV a cabo.
“A parceria com o TikTok é uma extensão natural da nossa estratégia de mídia”, disse Blake Stuchin, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios de Mídia Digital da NFL.
No futebol, o movimento é similar. No âmbito global, o apelo entre os jovens fez a LaLiga utilizá-lo para celebrar o início da temporada 2019/2020 e promover o lançamento da nova bola do torneio, que agora é de responsabilidade da PUMA. À convite da liga, 100 influenciadores produziram conteúdo apenas para a plataforma como parte do projeto #HolaLaLigaSantander. Além disso, foi criado um filtro especial com uma bola virtual para que os fãs pudessem desafiar outros usuários a fazer embaixadinhas com a cabeça.
Entre os gigantes d Europa, para citar alguns, FC Barcelona (o mais popular entre todos), Real Madrid, Bayern de Munique, Borussia Dortmund, Inter, Milan, Mônaco e Olympique de Marseille já estão com perfis ativos na chinesa. Por aqui, iniciou pelo perfil brasileiro da Libertadores. Entre os times, times como Vasco e Flamengo já estão por lá. Em comum, utilizar a emergente plataforma para atrair o público jovem, criativo e com forte senso de comunidade.
Segundo o TikTok, o futebol é uma das categorias mais populares, com 2.2 mil milhões de visualizações no #Football. Além de clubes e ligas, a possibilidade de criar vídeos curtos repleto de efeitos tem atraído também uma forte comunidade de Freestylers.
Embora possa ser visto como mais uma plataforma em meio à proliferação de redes sociais que surgiram na última década, o TikTok já nasceu com o objetivo de incentivar o envolvimento diário do público. Em seu DNA, o tom democrático de criação de vídeos de formato curto reduzindo a barreira da criação, fazendo com que sua audiência se concentre apenas em contar uma história ou compartilhar um destaque sem gastar tempo. Para as marcas, isso é um ativo valiosismo.
De olho na comunidade criativa que rapidamente se forma em torno do esporte, a chinesa certamente fará cada vez mais sentido para a geração de conteúdo de equipes, ligas e atletas.
Apesar do hype em torno da novidade, é inegável que o TikTok tem feito um movimento muito similar ao do Snapchat, ganhando destaque na mídia, apostando em conteúdos de bastidores, sem filtro, com a predominância de um público jovem e virando o novo queridinho de ligas e clubes. A diferença se dá em suas origens, um é americano e outro chinês. E isso diz muito sobre o seu rápido crescimento.