Em junho deste ano, o Liverpool firmou uma parceria com a empresa de alimentos Quorn, marca que popularizou as refeições sem carne na Inglaterra a partir da criação de um alimento de microproteínas. A relação do clube com a empresa faz parte de uma iniciativa criada em 2018 pelo time, chamada Reds Go Green, que prega a sustentabilidade alimentar.
O acordo ajuda a consolidar a aproximação do futebol com o universo do veganismo. Se até há alguns anos, o ato de parar de comer carne era associado apenas à proteção dos animais, hoje em dia já existe uma consciência maior dos efeitos devastadores da produção pecuária para o meio ambiente. Assim, todas essas iniciativas entram no movimento do marketing de sustentabilidade – fator que tem feito cada vez mais diferença com os consumidores.
Antes do Liverpool, o Manchester City também já havia firmado uma parceria com a Nestlé, em busca de oferecer alimentos veganos e vegetarianos em seus jogos. Na época a diretora executiva da marca afirmou ser uma oportunidade de “alimentar talentos e ajudar as comunidades”.
Por muito tempo, o veganismo e o vegetarianismo foram vistos como contrários à prática dos esportes, por conta do forte senso comum de que atletas precisam comer muita carne para atingir os níveis suficientes de nutrientes. Mas, a popularização de alimentos “substitutos” e a demanda por sustentabilidade alimentar mudou esse panorama. Hoje já se sabe que a proteína de soja é capaz de fornecer todos os aminoácidos necessários para recuperação muscular com um impacto bem menor ao meio-ambiente.
Aos poucos, vários jogadores foram se adaptando às dietas sem carne. Sergio Aguero, artilheiro do próprio Manchester City, foi um deles. Em várias entrevistas, o atacante afirmou que seus novos hábitos alimentares foram essenciais na prevenção de lesões. Muito amigo de Lionel Messi, ele acabou influenciando o craque do Barcelona, que hoje em dia também não ingere nenhuma carne durante a temporada.
Já existe na Inglaterra até um clube inteiro vegano. O Forest Green Rovers, que disputa a quarta divisão nacional, adotou o estilo de vida como identidade do time. Mais do que a dieta dos jogadores, todos os materiais utilizados na infraestrutura do clube são ecologicamente sustentáveis, como a água reciclada para irrigação do gramado e a energia elétrica captada através de painéis solares.
A postura do time inglês parece apontar uma direção para o marketing esportivo, que tende a se aproximar cada vez mais da sustentabilidade. O presidente do clube chegou a afirmar que o seu objetivo é levar essas causas aos fãs de futebol, que pouco discutem sobre os problemas ambientais. Mas, já é visível que o discurso está tomando grandes proporções, vide as parcerias do Liverpool e do Manchester City.
