Indústria

Federação Alemã encaminha fundo para indenizar trabalhadores da Copa do Mundo do Catar

Entidade destacou a responsabilidade da Fifa em escolher o país, lembrando o seu histórico de desrespeito aos direitos humanos

Federação Alemã encaminha fundo para indenizar trabalhadores da Copa do Mundo do Catar

24 de setembro de 2022

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O presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Bernd Neuendorf, aprovou a criação de um fundo de compensação aos trabalhadores migrantes no Catar, país-sede da Copa do Mundo 2022.

O dirigente destacou a responsabilidade da Fifa em escolher o Catar, lembrando o histórico do país de desrespeito aos direitos humanos e ao uso do sistema kafala, que permite às empresas reter o passaporte dos empregados, que só conseguem o visto de trabalho no Catar graças ao “patrocínio” de seu empregador.

“A Fifa adotou uma política de direitos humanos e declara expressamente que pagará uma compensação quando assumir a responsabilidade, nos torneios, pelas medidas que tomar. É por isso que gostaria de chamar a atenção para o fato de que você deve viver e cumprir nossos próprios princípios declarados”, disse Bernd Neuendorf, presidente da Federação Alemã de Futebol.

Nesta semana, três ONGs de direitos humanos (Human Right Watch, Anistia Internacional e FairSquare) divulgaram que procuraram os 14 patrocinadores da Fifa buscando apoio na criação do fundo compensatório aos trabalhadores. De todos, apenas AB InBev/Budweiser, Adidas, Coca-Cola e McDonald’s indicaram apoio. Já Visa, Hyundai/Kia, Grupo Wanda, Qatar Energy, Qatar Airways, Vivo, Hisense, Mengniu, Crypto e Byju’s não responderam.

Segundo o The Guardian, pelo menos 6.5 mil trabalhadores morreram durante as obras para a Copa do Mundo. O Comitê Supremo para Entrega e Legado do Catar refuta esse número.

Vale lembrar que no início deste ano organizações de direitos humanos, como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch, pediram à Fifa e aos organizadores locais que criassem um fundo de compensação para os trabalhadores migrantes e suas famílias, que sofreram abusos de direitos humanos no Catar, no valor de US$ 440 milhões.

O valor é o mesmo destinado à premiação das seleções durante a Copa do Mundo. Até aqui, a entidade não se posicionou.

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