Coluna

Endrick: precificação e plano de imagem (Parte 2)

Após muita análise, chegamos à conclusão de que era preciso fechar o primeiro patrocínio para dar tração ao plano

Endrick: precificação e plano de imagem (Parte 2)
Foto: Real Madrid

04 de janeiro de 2024

3 minutos de Leitura

Fábio Wolff
Fábio Wolff
Fábio Wolff é sócio-diretor da Wolff Sports, e professor em cursos de MBA em Gestão e Marketing Esportivo na Trevisan Escola de Negócios

Quando chegou a hora de precificar o jovem atleta Endrick, dúvidas surgiram.

De acordo com o que comentei na coluna passada, “Como tudo começou – Parte 1”,não pudemos recorrer ao benchmark, ou seja, inexistia qualquer referência no mercado nacional para utilizar.

Após muita análise, chegamos à conclusão de que era preciso fechar o primeiro patrocínio para dar tração ao plano.

Determinamos um valor base bem acessível e condizente com o momento, afinal, se tratava de um atleta desconhecido do mercado publicitário e corporativo.

Junto ao valor base estipulamos gatilhos agressivos relacionados com a performance dentro do campo (títulos, premiações individuais, convocação para a seleção brasileira) e fora dele (crescimento das redes sociais).

Paralelo a isso, desenvolvemos as premissas informadas na coluna passada.

E assim, chegou o dia de apresentar o plano desenvolvido à família, ao staff e ao atleta, um menino que já demonstrou na reunião maturidade para a idade.

A apresentação durou aproximadamente uns 40 minutos. E, com o OK de todos, partimos ao mercado.

Nesse ínterim, escutei uma história do pai do Endrick, Douglas, que relatou com tristeza um acontecimento do qual foi vítima. Quando pequeno, sofreu um acidente doméstico, restando sequelas. Uma delas, a perda dos dentes, o que lhe causou constrangimento e, principalmente, a impossibilidade de mastigar os alimentos.

Quando Endrick foi aceito no Palmeiras, seu pai conseguiu um trabalho como auxiliar de limpeza no Centro de Treinamento.

Impossibilitado de mastigar, Douglas fazia as refeições isolado no refeitório. Isso chamou a atenção do Jailson, goleiro reserva do Palmeiras à época.

Ao perceber o problema, pois Douglas só ingeria liquido, Jailson promoveu uma rifa para financiar um implante.

Essa passagem me deu um clique, afinal um dos nossos clientes é a Odontocompany.

Enviei, então, alguns vídeos de gols incríveis do menino de 15 anos ao presidente da empresa. Na sequência, liguei para ele e contei a estória de como o implante havia mudado a vida do pai do Endrick.

Ao acabar de apresentar o plano estratégico de imagem dele, o Presidente da Odontocompany, Paulo, disse laconicamente “vamos seguir”.

Foi assim, apenas duas semanas que havíamos saído para o mercado, já tínhamos o primeiro contrato de três anos fechado.

Um storytelling perfeito e um patrocinador excelente em um período que nem no nosso melhor planejamento, havíamos imaginado.

Na próxima coluna, irei contar como planejamos o evento de lançamento e os meses sequenciais.

Espero vocês em breve…

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