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Após declaração em rede social, China veta presença de Özil no PES 2020

Meia do Arsenal utilizou seus perfis para abordar o tratamento dado pelo país aos muçulmanos uigures

Após declaração em rede social, China veta presença de Özil no PES 2020

19 de dezembro de 2019

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Após a TV chinesa cancelar a transmissão do jogo do Arsenal contra o Manchester City por conta de declarações dadas por Mesut Özil acusando os chineses de perseguirem muçulmanos, agora foi a vez de a NetEase, produtora licenciada do game Pro Evolution Soccer, anunciar que o atleta será banido das versões do PES 2020.

“O jogador alemão Özil postou uma declaração extrema sobre a China nas mídias sociais. O discurso feriu os sentimentos dos fãs chineses e violou o espírito esportivo de amor e paz. Nós não entendemos, aceitamos ou perdoamos isso”, declarou a empresa na rede social chinesa Weibo.

A polêmica começou no dia 13 de dezembro quando Özil postou em sua conta no Twitter uma mensagem direta aos uigures sobre o tratamento recebido na China. O atleta, que tem origens turcas, fez duras críticas ao “silêncio” dos países muçulmanos em relação ao tema e ao governo chinês que, segundo ele, fere a liberdade do povo deste grupo religioso.

“Alcorões estão sendo queimados… Há mesquitas destruídas… Escolas islâmicas proibidas… Intelectuais religiosos assassinados um após o outro… Irmãos enviados à força para campos. Os muçulmanos continuam calados. A voz deles não é ouvida”, destacou Ozil em suas redes sociais.  O texto ainda foi acompanhado por uma bandeira do que os separatistas uigures chamam de Turquestão Oriental.

A “guerra” dos chineses contra Özil ocorre logo após um conflito do país asiático com a NBA. Em outubro, o governo chinês entrou em crise com a liga americana de basquete por conta de um tweet publicado pelo gerente geral do Houston Rockets criticando a opressão chinesa sobre a população de Hong Kong. A China exigia uma retratação pública da NBA, que por seu lado defendeu o direito de livre expressão do executivo do time.

Com Özil, ao menos por enquanto, o Arsenal não sofreu com a saída de patrocinadores. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China disse que o jogador foi enganado por notícias falsas sobre a vida dos muçulmanos no país.

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