Após a seleção brasileira de futebol subir ao pódio com o agasalho do uniforme oficial do time Brasil amarrado na cintura, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) afirmou que tomará as medidas judiciais cabíveis contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O uso do uniforme completo nas cerimônias de premiação era uma obrigação contratual do COB com a patrocinadora, a empresa chinesa Peak Sports, que forneceu os uniformes para o Time Brasil.
Em seu Instagram, a empresa parceira do Time Brasil se posicionou. A Peak afastou os rumores de que a Nike, parceira da CBF, seria sua subsidiária, e cobrou providências contra sua ausência no pódio.
“Parabenizamos o time brasileiro de futebol. No entanto, esperamos que este confronto não esteja nas manchetes amanhã. Confirmamos que se trata de um boato a informação de que a Peak é uma marca secundária da Nike e que fazemos parte da mesma companhia. Somos empresas diferentes, e não existia nenhuma intenção de que houvesse uma combinação das camisas da Nike com as calças de pódio da Peak, isso é um rumor maluco. Alguém precisa ser responsabilizado por isso, e por colocar a Nike em uma situação embaraçosa. Nós somos Peak, eles são Nike. Esta é a nossa cerimônia de pódio para o time de futebol. Espero que tudo esteja claro agora. De qualquer forma, os atletas estão de parabéns”, publicou.
A PEAK Sport, companhia de origem chinesa que fornece os uniformes da delegação brasileira nas Olimpíadas e Paralímpiadas de Tóquio, assumiu o lugar que foi da Nike nos Jogos de Londres 2012 e Rio 2016. Pelo acordo, os atletas devem vestir obrigatoriamente peças da marca durante viagens, pódios e cerimônias oficiais. Fora de cerimônias, as confederações têm liberdade para vestir competidores com fornecedores individuais durante os jogos e disputas. O vôlei, por exemplo, vestiu peças da Asics nos jogos pelo patrocínio da marca à Confederação Brasileira de Vôlei.
Até mesmo Galvão Bueno e o comentarista Marcos Uchôa criticaram o ato dos jogadores da seleção brasileira.
“Enaltecer a conquista do bicampeonato olímpico no futebol ontem, mas lamentar a atitude tomada. Gostaria muito de saber de onde partiu a decisão de não usar o uniforme inteiro do Comitê Olímpico Brasileiro, de amarrar na cintura o casaco e usar a camisa do uniforme da Confederação Brasileira de Futebol. Profundamente lamentável a atitude do futebol. Não sei de quem partiu. Vou seguir buscando quem seria o responsável por isso”, disse Galvão.
“Isso influi num contrato que ajudam atletas que precisam e veem a olimpíada como grande palco da vida deles. Futebol realmente não vive essa realidade, tem Copa do Mundo… Tem sempre problema entre a Fifa, do futebol, e o Comitê Olímpico Internacional, qual é o grande evento esportivo. Enfim, mas não podiam ter feito isso porque afetam a vida e futuro de todos os outros atletas que precisam desse patrocínio que o COB faz”, acrescentou Uchôa.
Para a delegação brasileira presente na capital japonesa, foram produzidas 39 mil peças, entre calças, bermudas, agasalhos, camisas, tops, bonés, bolsas e calçados. Além do Brasil, a Peak é também patrocinadora dos Comitês Olímpicos da Eslovênia, Islândia, Nova Zelândia, Romênia e Ucrânia também assinaram contratos com a empresa chinesa.
Leia a íntegra da nota emitida pelo COB
O Comitê Olímpico do Brasil repudia a atitude da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e dos jogadores da seleção de futebol durante a cerimônia de premiação do torneio masculino.
No momento, as energias do Comitê estão totalmente voltadas para a manutenção dos trabalhos que resultaram na melhor participação brasileira na História das Olimpíadas.
Por este motivo, apenas após o encerramento dos Jogos o COB tornará públicas as medidas que serão tomadas para preservar os direitos do Movimento Olímpico, dos demais atletas e dos nossos patrocinadores.