Após denúncia pública feita pela Premier League ao Manchester City na última segunda-feira (6), o clube inglês corre sério risco de sofrer punições severas, como rebaixamento, perda de pontos e até medidas legais na justiça. A pressão para uma decisão da federação inglesa só cresce, pois os demais clubes esperam uma posição do órgão.
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O ‘Big Six’ da Inglaterra, formado por Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester United e Tottenham cobra uma posição mais severa da Premier League quanto as recentes denúncias feitas ao City. Dentre as punições cobradas, está o rebaixamento. No entanto, mesmo com as denúncias, os possíveis crimes fiscais cometidos ainda precisam ser provados, o que pode levar um tempo.
Em nota, o Manchester City comentou estar surpreso com as denúncias e sugeriu que seja criada uma comissão independente para que todas as acusações sejam apuradas.
“O Manchester City FC está surpreso com a emissão dessas supostas violações das regras da Premier League, principalmente devido ao extenso envolvimento e à vasta quantidade de materiais detalhados que o EPL recebeu. O Clube saúda a revisão deste assunto por uma Comissão independente, para considerar imparcialmente o corpo abrangente de evidências irrefutáveis que existem em apoio à sua posição. Como tal, esperamos que este assunto seja encerrado de uma vez por todas.”, revela a nota divulgada pela equipe em seu site.
A partir da denúncia, tal comissão será criada para formalizar provas que podem levar a uma possível punição. Não há como prever quanto tempo vão durar as investigações, pois o período onde as possíveis fraudes aconteceram é bem amplo e levou cerca de quatro anos somente para a denúncia inicial.
Quais as Punições?
Conforme as regras da Premier League, “crimes” de fraudes financeiras podem ser punidos da seguinte forma:
- Perda de pontos — é possível que aconteça, no entanto, seria uma punição inicial, podendo se agravar e resultando em um rebaixamento;
- Suspensão de jogos — pouco provável, pois o período da suposta fraude já foi superado e punições atuais poderiam atrapalhar o calendário da Premier League;
- Jogar novamente determinada partida — pode acontecer, mas bem provável que não, pois os resultados das partidas não foram diretamente influenciados pelos movimentos extracampo;
- Expulsão da liga — apesar de previsto, tal punição nunca aconteceu e, devido ao alto investimento e história do Manchester City, é algo que tem pouquíssimas chances de ocorrer.
De acordo com jornalistas locais, a punição provável é a perda de pontos, que pode indiretamente levar o clube ao rebaixamento. Além disso, também há uma grande chance de multa, considerando os valores sonegados, seja aplicada com correção em 2022. Vale lembra que se as acusações forem confirmadas, esta seria a maior fraude-fiscal da história da Premier League.
E os yítulos?
No período de 2009 a 2018, o City conquistou seis das oito taças da Premier League, sendo o primeiro — e considerado um divisor de águas no City — o título de 2012, conquistado aos 49 minutos do segundo tempo, após mais de 40 anos de jejum.
Apesar de todos os problemas financeiros e contratuais que a denúncia pode causar, os títulos nacionais do Manchester City devem se manter inalterados, isto porque, conforme explicou o jornalista inglês Gab Marcotti, não houve interferência direta nos resultados das partidas. Na Inglaterra, não há discussão sobre a legitimidade dos títulos da equipe.
A denúncia e o fair play financeiro
O jornal alemão Der Spiegel foi o primeiro a denunciar o clube. Em 2018, jornalistas vazaram documentos ondem mostravam valores de um possível patrocínio irregular do Manchester City. A partir daí, iniciou-se a investigação.
As acusações iniciais feitas pela Premier League alegam que, durante o período de 2009 a 2018, o clube inglês não informou, intencionalmente ou não, a situação financeira que estava passando. Forneceu, sim, números fantasiosos de remuneração de jogadores, por exemplo.
A equipe também teria inflado os valores de patrocinadores de maneira artificial, quando, na verdade, estava recebendo investimento dos donos do clube — a família real de Abu Dhabi. Além das possíveis fraudes, a Premier League acusa a equipe de atrapalhar as investigações, negando a apresentação de contraprovas.
A antiga regra de fair play financeiro dentre as equipes da Europa definia um valor de gastos com contratações e salários de, no máximo, 90% do faturamento anual — atualmente a taxa máxima fica em 70%. Com as manobras, o clube inglês conseguia ultrapassar este teto, injetando dinheiro artificialmente por meio de patrocínios inflados e pagando parte do salário dos jogadores de forma ilegal, além do que estava sendo declarado à federação.
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O City segue aguardando a conclusão das investigações e revelou que não irá tocar mais no assunto. O desfecho do caso pode demorar alguns meses ou até alguns anos, pois se trata de um dos maiores casos de fraude da história do futebol. Maior inclusive que o recente caso envolvendo a Juventus, que, para termos comparativos, a investigação levou um ano para ser concluída.
